Em reunião relâmpago de apenas três minutos, o PMDB oficializou ontem o desembarque do partido do governo Dilma Rousseff. Decisão foi tomada por aclamação, sem votação, em reunião liderada pelo vice-presidente da legenda, senador Romero Jucá (RR).
Anúncio da aclamação foi acompanhado por gritos como “Brasil pra frente, Temer presidente” e até ataques contra o governo Dilma, como “Fora PT”. Além do afastamento do governo, moção aprovada prevê ainda a entrega de cargos ocupados pelo partido na gestão Dilma.
“A partir de hoje, ninguém ocupa mais cargo em nome do PMDB”, disse Romero Jucá pouco depois do anúncio. Segundo o documento, será instalado processo no Conselho de Ética do partido contra filiados que ficarem no governo.
Em seu texto, a moção não estabelece prazo para entrega dos cargos. Nos bastidores, no entanto, fala-se em data limite de 12 de abril.
Romero Jucá destacou que o afastamento não significa postura imediata de apoio ao impeachment. “Nós seremos independentes”, disse o senador, afirmando que a questão do impeachment será tratada “no momento devido”.
O vice-presidente Michel Temer, que articulou aprovação da moção, não compareceu ao evento. Também não estavam presentes o presidente do Senado, Renan Calheiros, tido como último “refúgio” do governismo no partido, nem aliados históricos do PT na sigla, como o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.
Logo após o anúncio do desembarque, a hashtag “#RenunciaTemer” se tornou um dos assuntos mais comentados no Twitter.
A maioria critica postura do PMDB, mas outras mensagens lembram que o próprio PT lançou Temer em chapa com Dilma Rousseff.
PMDB Ceará
Conforme mostrou O POVO de ontem, direção do PMDB cearense já havia antecipado posição pelo afastamento. Líder do partido no Estado, o senador Eunício Oliveira (PMDB) disse que indicações da sigla estão “à disposição” da presidente.Atualmente, a legenda tem no Estado indicações das direções do Banco do Nordeste e da Companhia Docas do Ceará. No governo federal, o partido possuía sete ministros.
Um deles, Henrique Eduardo Alves (RN), pediu demissão do Ministério do Turismo ainda na segunda-feira. Outros ministros, como Celso Pansera (Ciência, Tecnologia e Inovação), ainda não confirmam se deixarão os cargos.
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