Guálter George, editor- executivo de Conjuntura
Há muitas reflexões a fazer sobre o cenário que acabou prevalecendo na disputa do Ceará. O tamanho da festa realizada pela campanha de Camilo Santana, até parecendo que tinha sido uma vitória definitiva e não apenas uma garantia de passagem ao segundo turno, dimensiona bem o alívio do grupo governista com o resultado final depois de abertas as urnas. Ficou claro que o medo de perder a disputa logo ontem era maior na aliança liderada pelo petista. Também é base importante de análise sobre os efeitos do apertado resultado a forma mau humorada como reagiu o comitê de Eunício Oliveira, deixando clara a frustração com o adiamento para o próximo dia 26 da escolha do novo governador cearense. Em termos de ânimo, portanto, a campanha recomeça, talvez ainda hoje, em meio a dois sentimentos diferentes e que naturalmente se alinharão mais adiante. Eunício precisa sacudir a poeira e dar a volta por cima porque é a única coisa que lhe resta diante da necessidade de voltar logo às ruas para encarar o desafio de brigar com Camilo pelos eleitores que no primeiro turno optaram por outros nomes na disputa. No lado petista, o esforço deverá ser no sentido de conter os ânimos e fazer todos entenderem que foi apenas uma etapa e que há muito por fazer até que o processo chegue ao seu final. Certo mesmo é que prevê-se uma das campanhas mais tensas da história política recente do Ceará, que entra na fase realmente decisiva sem um favorito e sem oferecer fundamentos para um prognóstico que indique a tendência real que apresenta. No máximo, por hoje, dá pra falar que há estados de ânimo diferentes.
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