O candidato da base aliada ao governo, Camilo Santana (PT), se disse ontem “assustado” com recorrentes críticas de Eunício Oliveira (PMDB) sobre grandes obras da atual gestão. Em visita ao O POVO, o petista rebateu declarações de que Cid Gomes (Pros) estaria fazendo “apenas prédios bonitos” e disse que, caso eleito, manterá padrão da gestão nas ações. “Só porque são obras para os pobres, elas têm que ser feias? É só para rico que tem que ser bonito?”, contesta.
“São prédios para as pessoas. Eu até me assusto com um questionamento desse tipo. São obras com qualidade, não apenas no ponto de vista físico, quanto no atendimento. É só ir em uma UPA, em uma escola profissionalizante (...) se ele (Eunício) quer fazer coisa feia para o povo, tudo bem, mas nós queremos fazer coisa boa”, disse o petista.
Desde o início da campanha eleitoral, Eunício Oliveira tem sido incisivo no questionamento de grandes obras da gestão Cid. Segundo ele, ações como o Centro de Eventos do Ceará (CEC), Acquário Ceará e Hospital Regional Norte seriam apenas “prédios bonitos”, sem capacidade de oferecer serviços de qualidade para a população.
“Não adianta fazer prédios bonitos e obras grandes se elas não trazem retorno para a população”, disse o peemedebista no dia da convenção que oficializou sua candidatura. Ele ampliou a crítica também ao programa Ronda do Quarteirão, que teria oferecido “veículos bonitos” sem valorizar profissionais militares.
Prioridades
Camilo Santana realizou visita ao Grupo de Comunicação O POVO na manhã de ontem, onde conversou com dirigentes do grupo. Na ocasião, o candidato falou sobre prioridades de sua gestão, como desenvolvimento hídrico e energético do Estado, bem como melhoria de serviços de Saúde e Educação.
Falando sobre Segurança, o deputado disse que planeja “reestruturar” o programa Ronda do Quarteirão. “A ideia é fazer ele voltar ao que era até o fim de 2011, antes do motim que quebrou a disciplina. A Segurança para nós é fundamental”, disse.
Sobre medidas restritivas, como proibição de venda de bebidas alcoólicas após às 22h, o candidato afirmou que “irá avaliar”, a partir da realidade de cada área do Estado, se ações do tipo podem ser tomadas. Camilo ainda questionou medidas como ocupação policial de áreas com índices alarmantes de violência.
“Não vamos resolver o problema de violência só com polícia. A ideia é fazer metas, pegar áreas de índices alarmantes e fazer ação integrada, indo desde iluminar ruas, construir escolas integrais, pistas de skate, gerar oportunidades de renda”, diz.
Tanto para Segurança quanto em outras áreas, Camilo evitou promessas práticas como metas fixas. “Temos diretrizes principais, mas o nosso plano vai ser construído ao longo da campanha. Não vamos fazer de cima para baixo, sem ouvir o sentimento das pessoas”, disse.
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