A hesitação de Tasso Jereissati (PSDB) em disputar vaga ao Senado tem gerado inquietação na cúpula do partido e cobranças de Aécio Neves à candidatura do colega. Em entrevista concedida à rádio Verdes Mares no último sábado, durante programa do jornalista Evandro Nogueira, o senador demonstrou interesse em ter Tasso de volta ao Senado e teceu elogios ao ex-senador do Ceará.

“Ele é uma das melhores figuras públicas que eu conheci ao longo da minha história. Espero que possa ser o nosso candidato porque o Senado precisa do Tasso, um homem independente, com conhecimento profundo das questões importantes que interessam à população brasileira e um defensor intransigente do Ceará. Ele é um dos melhores quadros da política brasileira”, disse o presidenciável.

O impasse em torno da eventual candidatura ao Senado do ex-governador tem sido motivo de preocupação para o seu partido. O empresário e político é visto como peça fundamental para a campanha do pré-candidato tucano Aécio Neves no Ceará.

Na última terça-feira 15, o ex-governador se reuniu com a cúpula da sigla em Brasília para mais uma rodada de avaliações sobre a conjuntura política nacional. Outro encontro teria ocorrido na quinta-feira 17 – não confirmado pela assessoria do cearense. Apesar de Aécio publicamente se declarar otimista sobre a situação do PSDB no Ceará, a relutância de Tasso e a indefinição sobre nomes de peso e alianças partidárias têm sido motivo de preocupação entre os tucanos.

O colunista do O Globo Ilimar Franco publicou, na última quinta-feira, que o ex-senador teria confirmado, durante jantar com Aécio na terça-feira, 15, que será candidato ao Senado. O anúncio oficial seria feito, segundo o jornalista, na reunião da Executiva nacional marcada para amanhã. Segundo Franco, a opção preferencial dos tucanos para o Governo do Estado seria o ex-prefeito de Maracanaú Roberto Pessoa (PR).

Por meio de sua assessoria, Aécio informou ao O POVO que está “extremamente otimista em relação à candidatura de Tasso ao Senado para garantir um palanque sólido” à sua empreitada presidencial.

A atual indefinição impacta tanto a campanha de Aécio no Ceará, onde sua popularidade não é alta, quanto o desenho do cenário eleitoral local. Não há previsão de que o pré-candidato visite o Estado enquanto não houver uma estruturação de alianças mais ou menos definida, o que só deverá ocorrer quando Tasso se posicionar, já que partidos como PR e PPS assistem aos passos do tucano para saber se lançam ou não candidatos na chapa de oposição.

“Nos outros estados, as composições já estão bem mais avançadas que a nossa. Existe uma importância no Ceará, nós temos cinco milhões de voto. É expressivo”, alertou o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE).

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Apesar da base aliada do Governo Federal não ter oficializado ainda ruptura para a disputa da vaga ao Governo do Ceará, o senador e pré-candidato do PMDB Eunício Oliveira espera contar com Tasso em sua chapa, caso não haja acordo com o governador Cid Gomes (Pros). A aliança com o tucano daria força à sua pretensão eleitoral, tornando sua candidatura mais competitiva.

Por outro lado, a aliança entre PMDB e PSDB abrirá um palanque no estado para Aécio Neves, o que poderia levar a presidente Dilma a apoiar abertamente um eventual candidato do Pros, atrapalhando
os planos de Eunício.

Até agora, Tasso tem dito que não quer ser candidato. Ele estaria envolvido nos negócios e não teria aprovação da família para voltar ao protagonismo eleitoral. Isso sem contar com o receio de uma segunda derrota nas urnas.

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