30/10/2016

Para sentir Jean Paul Gaultier

Estilista Jean-Paul Gaultier relançou, no Rio de Janeiro, duas fragrâncias clássicas de sua história na perfumaria: Le Male e Classique. Confira entrevista!
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Jean-Paul Gaultier possui estátuas de cera em Londres, Nova Iorque e Paris

“Entrei nessa profissão para que as pessoas me amassem”. Essa foi uma das declarações do estilista francês Jean-Paul Gaultier, idealizador do sutiã em formato de cone com o qual Madonna ganharia o mundo, em sua recente visita ao Brasil. Discípulo de Pierre Cardin na década de 1960 e figurinista de produções cinematográficas assinadas por Pedro Almodóvar, Jean esteve na capital carioca neste mês de outubro para relançar dois perfumes clássicos que levam sua assinatura: Classique e Le Male (este último é um dos cinco mais vendidos no mundo).
 

Aos 64 anos, o mentor das mini-garrafas da coleção “Coca Cola Light, Jean­Paul Gaultier” e dono de duas estátuas de cera nos Museus Madame Tussauds de Londres e Nova Iorque e uma no Museu Grévin, em Paris, traz consigo a fama de levar às passarelas modelos de diversas etnias, plus size e artistas transformistas. Antes dedicado ao conceito prêt-à-porter e agora defensor da alta costura na moda, Jean, em entrevista enviada por sua assessoria especialmente para People, fala de sua paizão pelos aromas!

Como você vê a marca Jean Paul Gaultier nos dias de hoje?
Eu a vejo em um momento muito brilhante: cheia novos projetos excitantes mas ao mesmo tempo de volta às suas raízes, o que fez Classique e Le Male se tornarem um sucesso na década de 1990.

O que pode nos contar sobre as duas fragrâncias icônicas: Classique e Le Male?
As duas estão muito próximas do meu coração por muitas razões: Classique foi a minha primeira fragrância e é inspirada por uma referência muito pessoal, o corset. Eu quis criar um perfume que ecoasse minhas memórias olfativas como uma ‘Madeleine de Proust’ olfativa, o pó de arroz, o esmalte de unhas, assim como a expressão da visão de empoderamento da feminilidade, como uma amazona moderna, uma mulher muito assertiva. E, é claro, a embalagem em formato de lata! Eu tive a ideia de usar uma lata enquanto estava alimentando meu gato. Pensei: “Oh! Isso poderia ser um ótimo bracelete”. Quando nós imaginamos a embalagem de Classique, eu imediatamente pensei na lata para criar um contraste. Um frasco no formato de um corpo é inesperado, mas coloca-lo em uma lata de metal é ainda mais inesperado!
 

Para Le Male eu tive a mesma abordagem e pensei no marinheiro, nas listras usadas pelos marinheiros que sempre usei em meus shows. Na hora de criar a fragrância, mais uma vez pensei nos aromas da minha infância: o creme de barbear, a Lavanda, o contraste entre algo limpo e fresco mas ao mesmo tempo muito sensual. E, é claro, a embalagem em formato de lata, o frasco como o dorso masculino, um ‘homem objeto’ realmente!

Como teve a ideia de chamá-los Classique e Le Male?
Logo no início Classique não teria esse nome. Seria apenas Jean Paul Gaultier. E então quando eu vi a reação das pessoas dizendo o quanto diferente e novo o perfume era naquela época, pensei que seria uma ótima ironia chamar Classique uma fragrância que não é nem um pouco clássica!
 

Le Male foi realmente fácil de encontrar, nós pensamos em nomes que poderiam combinar com esse marinheiro, com as listras, com a fragrância e eu pensei: “é um perfume para homens, com o formato de um dorso, vamos ser claros e simples, vamos chama-lo Le Male”!
 

O que é perfumaria para você? O que esse universo significa?
Perfumaria é um pouco como a caverna de Aladdin para mim. Há tantos elementos, descobertas... Eu tenho feito experimentos em perfumaria com novas fragrâncias há mais de 20 anos, desafiando limites nesse campo fascinante. As possibilidades são infinitas nesse universo.

Há um link entre a Alta Costura e Perfumaria?
É claro. O perfume é o primeiro passo do ato de ser vestir, ele determina o espírito do look. E há um vasto savoir-faire nos dois campos. Dos dois lados, há uma busca continua por novos formatos e novos aromas. E é nesse savoir-faire que tanto a Alta Costura quanto a Perfumaria encontram seu complemento.
 

O que é mais difícil ao lançar uma marca de perfumes?
O mais difícil provavelmente é permanecer fiel ao seu universo e a você mesmo. E ter sucesso em traduzir valores e obsessões para um perfume. É apenas nesse estado de espírito, e graças ao savoire-faire, que é possível reconciliar os dois universos.

Nem todas as casas da Moda tem savoire-faire em Perfumaria, por que o senhor optou por abraçar esse domínio?
Meu DNA é ser inovativo e estar sempre questionando o ideal de beleza convencional. Eu sempre quis mostrar mais de um lado da beleza. Nos meus perfumes, quero manter essa irreverencia e continuar a olhar para a beleza divergente.

Um aroma que você gosta nas outras pessoas?
Um aroma fresco
 

Um aroma que você não gosta de usar?
Um que seja muito invasivo.

Uma memória olfativa?
O cheiro do pó de arroz nos teatros. Ele me lembra o mundo mágico que descobri aos 6 anos de idade, quando minha avó me levou a uma apresentação no Théatre du Chatelet. Foi como entrar em um novo mundo, cheio de mágica e poesia.

Um aroma da infância?
O bourdoir da minha avó

Quais são as qualidades necessárias para apreciar um perfume?
Um senso de surpresa, uma memoria olfativa, como uma imagem que aparece na sua cabeça quando você sente um perfume. Eu sou uma pessoa muito visual e aromas instigam imagens na minha cabeça.

Uma palavra para descrever os perfumes JPG
Inovativo, surpreendente, savoir-faire e atitude punk

FRAGRÂNCIAS RELANÇADAS:
LE MALE

Um perfume reconfortante com traço extremamente moderno. A Lavanda, que evoca o aroma familiar de espuma de barbear, é reforçada pela sensualidade da baunilha.

CLASSIQUE

A doçura irresistível da flor de laranjeira é combinada com as poderosas notas afrodisíacas do gengibre. O aroma de pó de arroz, uma lembrança da infância de Jean, ganha uma nova reviravolta
com a força acariciadora da baunilha.

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