Do berço do futebol amador em Fortaleza já transbordaram muitos sonhos de viver da bola e vestir camisas de grandes clubes. Através da Associação Esportiva Estação Antônio Bezerra, levá-los adiante tornou-se possível para alguns meninos. O time de base cearense foi responsável por revelar talentos como Osvaldo e Mota, atacantes que ganharam projeção nacional. Nesta semana, 22 crianças do Sub-13 do Estação anseiam por seguir a mesma trilha vitoriosa. Saíram de Fortaleza na última segunda-feira rumo a Xerém (Duque de Caxias-RJ), onde farão testes no Fluminense.
Em 2015, o Flu fechou parceria com o Estação. O treinador do time da Capital, José Neto, se tornou também observador técnico das Laranjeiras no Nordeste. Assim, promover atletas formados na agremiação do Antônio Bezerra ganhou constância. “Nossa margem de acerto com os atletas fez essa relação se estabelecer. Não é exclusividade, mas uma parceria benéfica para ampliarmos as oportunidades para os meninos que treinam no Estação”, afirma ao O POVO o presidente do time, Odécio Marques.
A captação de jogadores para Xerém — sede das categorias de base do Flu — começou bem. No ano passado, oito meninos do Estação foram levados para observação. Três ficaram por lá. O atacante Kempes, 13, vai bem nos torneios. Seus pais já moram no Rio de Janeiro e ele é disputado por outros clubes, como São Paulo e Palmeiras. Outro destaque é o meia-atacante Rodrigo “Babidi”, 13, que há dois meses foi para o Rio. Ambos esperam alcançar o mesmo do volante Evanilson: saído do Estação em 2015, o atleta de 17 anos já assinou contrato e integrou neste início de temporada a equipe principal do Flu.
José Neto afirma que, dos 22 jogadores que foram nesta semana, quatro devem ficar no tricolor carioca. Com tudo acertado entre todas as partes. “Até que o jogador complete seus 16 anos e possa assinar contrato, os pais estão sempre cientes de todo o processo. Há o interesse pela revelação de talentos, mas também de uma formação humana do atleta”, frisa. Ele comanda as atividades do Estação no Centro de Treinamento do 23º Batalhão de Caçadores.
Apesar da pouca idade, muitos dos jogadores do Estação que fazem testes fora do Estado têm agente Fifa desde cedo. Kempes, Rodrigo e Evanilson, por exemplo, são agenciados pela Pamer Soccer, do empresário Paulo Roberto Thebalde.
O Estação, contudo, firma que o futuro de seus atletas não é decidido pelos empresários. “A gente estabelece contratos. Com a nova lei, não há mais participação de empresários nos direitos econômicos. Temos feito valer isso”, diz Odécio Marques. Quando vão para o Rio, os aspirantes têm escola e moradia garantidas pelo clube carioca.
A relação com o Fluminense também trouxe ao clube cearense melhores condições financeiras. Segundo Marques, o Estação tem conseguido ficar com até 40% dos direitos do atleta em negociações futuras. “Nosso lucro é bem mais para o futuro. Os meninos, depois de aprovados, são bancados pelo Fluminense. Hoje e sempre, o Estação é bancado por mim e pelo Colégio Darwin, que dá bolsas para os nossos atletas”. O Estação também tem atletas em clubes como Grêmio, Vasco, Internacional, Corinthians e Palmeiras. (André Victor Rodrigues)
EMPRESÁRIOS MUITOS DOS MENINOS TÊM AGENTE FIFA DESDE CEDO.
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