banco central. o furto que não acabou 06/08/2015

Escutas evitaram assalto à Caixa Econômica

Interceptação telefônica mapeou outra quadrilha em São Paulo
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Demitri Túlio demitri@opovo.com.br
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Cláudio Ribeiro claudioribeiro@opovo.com.br
FOTO: POLÍCIA FEDERAL
Em 8 de agosto de 2005, policiais federais entraram no túnel cavado pelo bando que levou R$ 164,7 milhões do BC. Descobriram que o buraco começava a 80, 5 metros da caixa-forte

As escutas feitas a partir de um cartão telefônico encontrado nas areias remexidas do túnel que violou a caixa-forte do Banco Central, em Fortaleza, levaram à descoberta de outros crimes alheios ao furto milionário na Capital cearense. Os mais de 130 mil áudios interceptados pela Polícia Federal, a partir de agosto de 2005, revelaram o plano de um assalto a uma agência da Caixa Econômica em São Paulo e a outro banco.

 

O POVO teve acesso, com exclusividade, a um documento confidencial da Superintendência Regional da Polícia Federal (PF) de São Paulo: o relatório Análise de Conjuntura Criminal. Um estudo técnico e de inteligência sobre interceptações feitas em telefones usados por integrantes da quadrilha que assaltou o BC no Ceará. Nos apontamentos constam ainda pedidos de novas escutas e encaminhamento, para outras delegacias, do que caía no grampo e não interessava à investigação sobre o Banco Central.


Um dos casos “desentranhados” da apuração dava conta de que o fugitivo Marcos Rogério Machado de Morais, um dos que cavou túnel em Fortaleza, se escondeu algumas vezes, em São Paulo, na casa de outro assaltante, que não fez parte da trama do furto milionário no Ceará.


O procurado da polícia paulista, Edgar de Oliveira Mota, deu guarida a Marcos Rogério e acabou tendo suas ações mapeadas por policiais federais que rastreavam os passos do bando que levou R$ 164,7 milhões de Fortaleza.


Monitoramento telefônico, entre os dias 1º e 2 de setembro de 2005, colheram diálogos entre as irmãs de Edgar Mota. As conversas “revelaram uma tentativa de roubo a uma agência da Caixa, executada por Edgar e seu bando”. O crime foi frustrado pela PM paulista, mas a quadrilha conseguiu escapar.


Edgar, as irmãs e outros integrantes do grupo continuaram falando ao telefone após a tentativa de assalto à Caixa. No dia 23 de setembro, a escuta apontava que outro assalto a banco estava prestes a acontecer.


O relatório da PF alertava que “diante da iminência de um novo crime, foram solicitados mandados de busca e apreensão nos endereços” de Edgar Mota e de suas irmãs. Mais uma vez, ele não foi capturado.


Em uma das residências vasculhadas, a PF apreendeu um Vectra de propriedade de Edgar. Encaminhou os dados levantados para a Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio/São Paulo. As rotinas de Edgar Mota, que nada tinham a ver com furto ao BC de Fortaleza, deveriam ser acompanhadas, então, por outra equipe da Polícia Federal.

 

AUTORIZAÇÃO JUDICIAL

As escutas nos telefones usados pelos assaltantes que violaram o BC, em Fortaleza, foram autorizadas pela 11ª Vara da Justiça Federal, sediada no Ceará. Mais de 200 terminais vigiados. Os áudios da primeira fase desta investigação, iniciada em 26/8/2008, foram decupados e analisados por sete agentes lotados em quatro regionais diferentes da PF no País.

 

O furto milionário do BC se deu entre os dias 5 e 6 de agosto de 2005, há dez anos. 

 

Multimídia

Para ver. Assista à Websérie sobre os 10 anos do furto ao Banco Central.

 

Parte 1:


Parte2:


 

Parte3:

 

 



Para ouvir. Ouça interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal contra membros da quadrilha. Acesse o link http://bit.ly/1g6AvJy

 

Para reler. Acesse o link http://bit.ly/1gILoly

e leia o caderno especial e o que já foi publicado na série sobre os 10 anos do furto do BC em Fortaleza

Para acessar. No link http://bit.ly/1LBzZ21

você pode ver o hotsite especial sobre os 10 anos do furto ao BC

 

SAIBA MAIS

 

No relatório de Análise de Conjuntura Criminal, da Superintendência Regional da Polícia Federal/SP, há relatos curiosos de interceptações telefônicas. A ostentação, por causa da grande quantidade de dinheiro na mão, é uma armadilha por onde se embrenham alguns investigados do furto ao BC de Fortaleza.

 

Duas mulheres, uma delas esposa de um dos líderes que fugiu para São Paulo após o furto, estão no Shopping Vilas Boas e conversam em inglês ao telefone. Estão próximas, apesar de dialogarem via celular. Não querem levantar suspeita, mas deixam um rastro. Por causa da escuta e outras incursões, policiais federais descobrem que uma delas compra na loja H. Stern Joalheiros S.A. joia no valor total de R$ 4.220,00. Tudo pago em cédulas de R$ 50,00. Isso, 21 dias após a furto ao BC.

 

Mais não foram apenas as mulheres que caíram na tentação de gastar os milhões rateados após o crime. Segundo a PF, o escavador Antônio Edimar Bezerra é um dos investigados que morre pela boca. No dia 20/8/2005, ele revela ao telefone grampeado que está comprando um apartamento no bairro Papicu, em Fortaleza. E mais, que vai inaugurar uma loja de confecções no município cearense de Boa Viagem. Cidade de origem de pelo menos 30 pessoas envolvidas no assalto ao Banco Central.

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