Foi aos cinco anos de idade que Lourdes Leite, 79, aprendeu a olhar as indicações do jucá e da cajarana. A depender das folhagens, podia-se prever a chegada da chuva.
Foi ainda criança que a única profeta da chuva mulher se dedicou a sentir a natureza e perceber, por meio dela, o prenúncio de inverno.
“Meu pai era profeta da chuva, Francisco Leite Alves, ele era analfabeto e queria poder ensinar algo para mim. Eu fui a primeira filha e aprendi com ele”, conta. Para este ano, entre as diversas técnicas utilizadas, ela deu o veredito: “Vai ter muita água para molhar a nossa terra”.
Com presença predominantemente masculina, aos passos curtos e com ajuda de uma bengala, dona Lourdes apresentou as provas de suas experiências. Dois pedaços de tábua denominada por ela como Tábua de Santa Luzia. “Tem que colocar entre os caibros e o telhado. Se ficar manchado e desfeito como esse, é porque vem chuva”, garante, e revela: “Eu chorei de alegria quando amanheceram molhadas”. É que veio a lembrança do pai, que ao perceber o prenúncio de bom inverno, apressava-se para preparar a plantação de feijão.
Natural de Quixadá, dona Lourdes, assim como muitos da Cidade, lamenta os anos de seca. No entanto, nem mesmo a vista do Cedro completamente vazio lhe desanima. Neste dia 8 de março próximo, Dia Internacional da Mulher, ela completa os 80 anos. Dona Lourdes anseia que seja um dia de muita chuva. Nestes dias, a esperança é que as previsões sejam acertadas, e que venha para Dona Lourdes, a chuva de presente. (Eduarda Talicy)
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