Fortaleza 12/01/2017

Mortes em Fortaleza têm características de crimes de facções

Uma pessoa foi decapitada e outra carbonizada, em cerca de 72 horas, em Fortaleza. Crimes seriam demonstração de poder de facções
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Jéssika Sisnando jessikasisnando@opovo.com.br

A Polícia Civil investiga duas mortes que aconteceram em menos de 72 horas em Fortaleza e envolvem decapitação e carbonização dos corpos. Os casos foram na Barra do Ceará e no Autran Nunes. O primeiro vitimou um jovem de 15 anos. A outra vítima ainda não foi identificada. Segundo o presidente do Conselho Penitenciário do Estado, Cláudio Justa, os dois casos têm características de crimes efetuados por facções criminosas.

 

Ele não descarta a possibilidade de serem uma demonstração da quebra de paz entre o Primeiro Comando da Capital (PCC), o Comando Vermelho (CV) e os Guardiões do Estado (GDE) — presentes nas unidades penais do Ceará.


Nos dez primeiros dias de janeiro, o boletim de ocorrências diárias da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) registrou 40 mortes violentas em Fortaleza — um aumento de 29% em relação ao mesmo período do ano passado (31 casos).


Segundo Cláudio Justa, a base das facções criminosas está além dos muros das unidades, já que o que sustenta os grupos é o tráfico de drogas. Para Justa, com a quebra do acordo de paz, o clima de tensão sobe nas penitenciárias e se reflete em mortes nas comunidades. Ele cita que as mortes relacionadas às facções costumam ser cruéis. “É uma demonstração de poder, uma assinatura. Carbonização, decapitação, envenenamento com coquetel... São todas características de que existe uma assinatura da facção querendo mostrar que foi ela quem cometeu o crime”, afirmou.


Nos últimos dias, muitos crimes têm acontecido na Área Integrada de Segurança (AIS) I. No último dia 3, um ônibus foi incendiado no bairro Jardim Iracema. Já na noite de ontem, uma denúncia fez com que a Polícia Militar encontrasse uma granada no Morro de Santiago, na Barra do Ceará, além de munição de fuzil e droga. O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) foi acionado para fazer a retirada do artefato.


Mortes

Uma das mortes com requinte de crueldade aconteceu na AIS 1. André Lucas Sousa Cavalcante, de 15 anos, teve o corpo encontrado no começo da manhã de segunda-feira, 9. Já a cabeça do jovem foi encontrada dentro de um balde, na avenida Leste Oeste. “O corpo da vítima estava dentro de um saco e tinha três perfurações nas costas. Uma das linhas de investigação é a que o crime tenha sido cometido por possíveis dívidas de drogas do adolescente, que era usuário”, informou a Polícia Civil, em nota.

 

Conforme o texto, André foi abordado pelos autores do delito, que o levaram em um carro quando ele estava em um bar durante a madrugada, na Barra do Ceará. As investigações continuam, segundo a Polícia Civil.


Já em relação ao corpo encontrado na rua Tomás Cavalcante, no bairro Autran Nunes, a Polícia Civil informou que a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) esteve no local e realizou os primeiros levantamentos. A vítima não foi identificada. “Além da carbonização, o corpo apresentava perfuração na cabeça provocada por um objeto contundente”, divulgou. 

 

Frase

 

CARBONIZAÇÃO, DECAPITAÇÃO, ENVENENAMENTO COM COQUETEL... SÃO TODAS CARACTERÍSTICAS DE QUE EXISTE UMA ASSINATURA DA FACÇÃO QUERENDO MOSTRAR QUE FOI ELA QUEM COMETEU O CRIME”.

 

Cláudio Justa, presidente do conselho penitenciário do Ceará


Saiba mais


Homicídios

Segunda-feira, 9, foram dois homicídios na Barra do Ceará, um no Vicente Pinzon e outro no bairro Vila Velha. Na terça, 10, mais um homicídio na Barra do Ceará, outro no Bairro Ellery, além de casos no Henrique Jorge e no Parque Dois Irmãos.

 

Poder de fogo

No dia 23 de dezembro, uma quadrilha foi presa com metralhadoras calibre .40 e 9 milímetros, além de uma pistola. Todo o material estava na Comunidade do Gueto, na Barra do Ceará.

 

Mortes nas unidades

Três internos morreram na CPPL IV em menos de dez dias. Na unidade, em Itaitinga, estariam membros do Comando Vermelho (CV). Um deles morreu no dia 6 e teve cabeça, olhos e dentes arrancados. Já os outros dois mortos teriam ingerido uma substância que causa overdose. Ambos os casos são investigados pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

 

Rebeliões em maio

Nas rebeliões de maio do ano passado, em que 14 detentos foram mortos, a maioria teve o corpo carbonizado e passou por exames de reconhecimento.

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