A distribuição dos detentos em unidades da Grande Fortaleza durante transferências iniciadas terça-feira, 3, está respeitando as facções a que eles pertencem.
O POVO apurou que a Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL) 3, em Itaitinga, seria a destinada aos detentos do Primeiro Comando da Capital (PCC). A CPPL 4, para presos do Comando Vermelho (CV). Na unidade prisional da Caucaia, permanecem os detentos da Guardiões do Estado (GDE) e a “massa”, que são os presos que não participam de facções. A Secretaria da Justiça (Sejus) não confirmou a separação das facções. Informou apenas que as transferências têm o objetivo de desarticular lideranças e prevenir conflitos.
O POVO obteve a informação que a Sejus não vai aceitar presos de facções no Centro de Execução Penal e Integração Social Vasco Damasceno Weyne (Cepis), pois essa é uma unidade para internos que têm interesse em trabalhar (existem empresas instaladas no local). Assim, somente a “massa” poderia permanecer nessa unidade.
Respondendo a rumores existentes entre as companheiras dos detentos de que não haveria visitas nas unidades neste fim de semana, a Sejus garantiu que as atividades estão mantidas.
No começo da tarde de ontem, houve um protesto das esposas dos presos no quilômetro 27 da BR-116, em frente ao Complexo de Itaitinga II, onde estão as CPPLs 2, 3 e 4 e o Cepis (CPPL 5). Aproximadamente 60 mulheres atearam fogo em pedaços de madeira e interromperam o trânsito. No local, agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) negociaram com as esposas, que desobstruíram a via ainda durante a tarde. Segundo uma das esposas, que pediu para não ser identificada, um dos PRFs dialogou com as manifestantes e entrou na unidade. “Ele pediu para retirar as meninas da via e trouxe informações de que o diretor recebeu ordem da Sejus para que os detentos de facções que estavam na Cepis fossem para a CPPL 4, pois lá só é para trabalhador e ‘massa’”, comentou.
A esposa, que atua como uma espécie de liderança entre as mulheres, afirmou que o protesto foi motivado porque, após suposto conflito do lado de fora do complexo, um agente penitenciário que estava na guarita teria usado spray de pimenta contra as mulheres, o que atingiu crianças.
Conflito
Saiba mais
Ceará
Segundo levantamento nacional do portal de notícias G1, o Ceará é o 1º no ranking de mortes em presídios em 2016, com 50 detentos mortos. Em segundo, fica Pernambuco, com 43 casos, e em terceiro, o Rio Grande do Norte, com 31. Na sequência estão Goiás, com 26 casos, e Pará, com 24.Rebeliões de maio
No dia 21 de maio de 2016, agentes penitenciários paralisaram as atividades e as visitas foram impedidas de entrar nos presídios da RMF. O conflito gerou rebeliões e 14 pessoas foram mortas.
Chacina na CPPL 3
Em outubro, quatro detentos com históricos de crimes em Iguatu foram mortos na CPPL 3. As mortes de Michel Idelfonso da Silva, Evando de Macedo Vieira, Demontier Ferreira dos Santos e Fransueudo Pereira de Souza estavam sendo investigadas pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).Atendimentos
A Sejus informou, por meio de nota, que, em virtude das transferências realizadas e por razões de segurança, a entrada de familiares no complexo ficou impossibilitada ontem, mas hoje os familiares poderão buscar informações sobre os internos nas próprias unidades, na sede da Sejus e no Núcleo de Assistência aos Familiares de Internos (avenida Heráclito Graça, 600).
Morte de detento
Uma das motivações para o confronto entre as facções criminosas no Ceará seria a morte de um detento antes do Ano Novo. O interno foi morto por motivos de vingança que, segundo a ordem das facções, só poderiam ser cobrados fora das unidades. A morte causou um clima de tensão. O POVO apurou que internos estão se desligando das lideranças e permanecendo neutros. Mais de 700 internos teriam deixado as facções.Transferências
No último domingo, dia 1º de janeiro, após o pernoite, familiares de presos bloquearam a BR-116. Na terça, 3, começaram as transferências entre as unidades prisionais, realizadas pelo Batalhão de Choque e por agentes penitenciários.
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