REBELIÕES 20/09/2016

Agentes responsabilizam Governo do Estado e Sejus sobre rebeliões

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O presidente do Sindicato dos Agentes e Servidores Públicos do Sistema Penitenciário do Ceará (Sindasp-CE), Valdemiro Barbosa, culpou o Estado, por meio da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), por não ter tomado providências de modo a evitar as mortes e rebeliões no dia 21 de maio.

 

“Como representante da categoria dos agentes, me causou certa surpresa quando ele (Ministério Público) aponta como de nossa responsabilidade algumas questões que são deficiência do Estado”, disse. O MPCE aponta, entre os fatores que contribuíram para a rebeliões, a suspensão das visitas.


A advogada do Sindasp-CE, Ninon Taushmann, informa que o direito à visita dos parentes pode ser suspenso caso não haja segurança para os familiares, para os detentos ou ainda para os agentes da segurança.


O representante dos agentes destacou que, em nenhum momento, o sindicato desobedeceu o que determina a legislação, e um efetivo de 30% dos servidores foi mantido. “Não recebemos o comunicado da ilegalidade da greve”, destaca. Valdemiro afirma ainda que não chegou à entidade nenhum comunicado durante o expediente naquela sexta-feira, 20 de maio. Ele conta que, no dia seguinte, nenhum oficial de justiça foi ao sindicato ou a uma das unidades prisionais que visitou.


Outro ponto levantado pelo Ministério Público foi o corte do fornecimento de água, que teria deixado ainda mais tenso o clima nas unidades prisionais. “Atribuir aos agentes penitenciários o corte do fornecimento da água é um verdadeiro absurdo”, informa. Segundo o representante, os equipamentos prisionais foram construídos para abrigar 800 presos e acolhem mais de 1.800. “A estrutura não suporta. Para continuar o abastecimento, usam carros-pipa. Denunciamos (à Sejus) várias vezes e nada foi feito”, aponta. (Angélica Feitosa)

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