Governo articula grupo para resposta imediata a ataques

A equipe será formada por membros das Polícias Militar e Civil e terá como finalidade reprimir assaltos a banco no Ceará. Este ano, 41 ações contra instituições bancárias foram registradas no Estado

Thiago Paiva thiagopaiva@opovo.com.br

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A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) articula a formatação de uma equipe especializada no combate a grandes assaltos no Ceará. O chamado Grupo de Pronta-Resposta, que será formado por policiais civis e militares, terá como principal atribuição reprimir os ataques a banco no Estado. A unidade será diretamente vinculada ao gabinete do secretário Delci Teixeira e atuará em parceria com os setores de inteligência da SSPDS e dos bancos.

Desde janeiro, houve 41 ações contra banco no Estado, 2% menos que o registrado no mesmo período de 2015. “Quando tivermos um evento, como o que aconteceu em Quixadá (em junho, três policiais foram mortos em um confronto com criminosos), esse grupo, que não vai estar lotado no gabinete, pois os policiais continuarão nas atividades normalmente, será imediatamente chamado. Os equipamentos estarão disponíveis e eles já vão para onde for determinado”, detalhou Delci.

Os equipamentos a que o secretário se refere foram repassados ao Governo pelo Ministério da Justiça em contrapartida pelo apoio do Ceará à segurança nos Jogos Olímpicos do Rio e pela cessão de 96 policiais e bombeiros para a composição da Força Nacional de Segurança. O material foi apresentado à imprensa na manhã de ontem.

Divisas

O Batalhão de Divisas, cuja atuação foi criticada por Delci Teixeira, conforme O POVO publicou no último dia 19 de julho, também será redimensionado para apoiar o grupo, no qual atuarão ainda a Delegacia de Roubos e Furtos e a Coordenadoria de Inteligência da SSPDS. “Temos que estruturar nossas inteligências com a inteligência das instituições bancárias para entendermos, levantarmos horários, rotas de fugas e datas em que ocorrem esses assaltos. Queremos saber pra onde as instituições bancárias vão mandar dinheiro”, frisou.

Delci se disse consciente do grau de sensibilidade das informações que serão solicitadas aos bancos. Uma reunião com os representantes das instituições está marcada para a próxima semana. “As informações que os bancos têm são de um grau de sigilo muito grande. Então, temos que estabelecer quem, na SSPDS, poderia recebê-las e direcionar os grupos para determinado local”, detalhou. “Por isso, é importante a nossa inteligência estabelecer os contatos com a inteligência dos bancos. Vamos tratar com informações muito sensíveis e temos que ter cuidado redobrado”, citou o secretário.

Saiba mais

O material enviado pelo Ministério da Justiça inclui: dez viaturas, 5.112 munições calibre 12, 25 granadas, 22 fuzis, 111 coletes balísticos femininos, entre outros itens. “Esse é o material que chamamos de kit pré-olímpico. Quando o nosso pessoal retornar, ao final das olimpíadas, eles trarão todo equipamento e viaturas que estão utilizando no Rio”, disse Delci.

“O mais difícil era ter equipamentos e já temos. Agora é uma questão de operacionalizar”, afirmou.