Atentados 20/07/2016

Oito suspeitos por atentados já presos e 30 identificados

Entre os suspeitos de envolvimento nos ataques já descobertos pela SSPDS há presos que teriam ordenado parte dos recentes 22 ataques
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Thiago Paiva thiagopaiva@opovo.com.br

Oito pessoas foram presas e pelo menos 30 identificadas por participação direta ou indireta nos 22 ataques registrados no Ceará desde o último dia 13. Entre os suspeitos, cujos nomes já foram descobertos pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), estão os detentos que teriam ordenado parte dos atentados. É o que afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Andrade Júnior, em entrevista coletiva realizada ontem. Andrade disse ainda que o grupo está sendo monitorado.

Desde novembro do ano passado, quando outros ataques a órgãos e propriedades públicas e privadas foram registrados no Ceará, 42 pessoas foram capturadas, entre adultos e adolescentes, por conta das ações.


As prisões mais recentes foram feitas na tarde da última segunda-feira, 18, no Meireles. Cinco suspeitos foram presos em flagrante. Conforme O POVO publicou ontem, eles tentaram fugir durante uma abordagem da Polícia Militar. O delegado-geral afirma que o grupo atuou nos ataques a ônibus da madrugada de segunda-feira e se preparava pra realizar novas ações. “Após serem presos e revistados, foi descoberto um material nos aparelhos que estavam com eles que indicava que eles faziam parte de grupos (criminosos) e que estavam em condições ou com ordem de atacar”, informou.


Os suspeitos são: Yuri do Nascimento Souza, 23, que responde por tráfico de drogas; Leôncio Marques do Nascimento, 26, com passagem por homicídio; Lucas Bruno dos Santos Marques, 23, que reponde por tráfico; além de Victor Alcântara Martins, 34, e Lucas Santana Braga, 20, ambos sem antecedentes criminais. No veículo em que eles estavam foram encontrados um triturador de maconha, R$ 105, um cigarro de maconha, três embalagens para cigarro e cinco celulares.


“Temos indicativos, dentro do material apreendido, que eles têm participação direta, sob o comando de algumas pessoas, nessas ações. Não temos a menor dúvida de que eles estariam em atos preparatórios para novos ataques”, disse Andrade. O grupo foi atuado em flagrante por associação criminosa, desobediência, desacato e uso de drogas.


Delegacia

Prometida para agosto deste ano, a nova unidade de Polícia Civil anunciada pelo governador Camilo Santana (PT) será chamada Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco). De acordo com Andrade Júnior, a unidade irá cruzar informações levantadas pela Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD) e pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), cujos titulares, Sérgio Pereira e Raphael Vilarinho, respectivamente, participaram da coletiva.

“Uma (DCTD) combate o narcotráfico e a outra (DRF) grandes assaltos. A gente precisa de uma delegacia que centralize todas as informações a respeito porque a gente sabe que essas ações partem do comando de narcotraficantes e de pessoas que trabalham com os crimes contra o patrimônio”, frisou Andrade.

 

Saiba mais


Números

A contagem de ataques chegou a 22, até o fechamento desta matéria, com a inclusão de atentado contra o Fórum de Sobral, alvejado com três tiros na madrugada de segunda, 18, situação ainda não contabilizada pelo O POVO.

 

Cartas

Andrade Júnior afirmou que as cartas deixadas com ameaças ao governador Camilo Santana e às forças de Segurança do Estado são autênticas.


Facções

O delegado-geral negou, contudo, que as ações tenham sido ordenadas por mais de uma facção, como sugerem as cartas, que juntam Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). O delegado não negou, contudo, que as organizações estariam se unindo no Estado.

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