Setenta e um adolescentes em conflito com a lei fugiram ontem do núcleo do Sistema Socioeducativo de Sobral, a 250 quilômetros de Fortaleza. A fuga aconteceu um dia após 87 pessoas serem detidas por supostos acordos de paz na região. Do total, 40 eram adolescentes, que foram encaminhados para a unidade.
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Segundo a Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança
(Ciops) de Sobral, por volta das 16 horas de ontem, 71 adolescentes fugiram da unidade, que contava com 86 internos. Apenas 15 jovens permaneceram no núcleo. A Polícia Militar de Sobral recapturou oito dos fugitivos. O tenente-coronel Assis Azevedo afirmou que, durante toda esta madrugada, os policiais iriam trabalhar para apreender os jovens. Ontem a Polícia ainda não possuía informações sobre as circunstâncias em que aconteceram a fuga.
As 87 pessoas detidas responderiam por flagrante em crimes e atos infracionais relacionados a apologia ao crime.
“Pirangueiros”
Conforme Lauro Prado, durante reunião, em Sobral, Ministério Público e o Judiciário receberam esclarecimentos sobre a operação, como foi desenvolvida e sobre a necessidade de se coibir as ações que visam organizar o crime. “A primeira ação é da Polícia, mas precisamos do apoio do Ministério Público e do Judiciário”, defendeu, acrescentando que delegados de Polícia de cidades próximas, como Tianguá, foram a Sobral com o intuito de auxiliar nos flagrantes realizados.
De acordo com Lauro Prado, na segunda-feira, quando começou a movimentação para os tumultos em Sobral, o governador Camilo Santana (PT) recomendou que fosse tomada uma providência para inibir a ação dos criminosos. Para isso, ele diz que o apoio da população é importante. “Quando teve um arrastão no Rio de Janeiro, no outro dia aqui (no Ceará) teve um arrastão. Com as redes sociais, fica mais fácil se disseminar esses atos. Um bocado de bandido pequeno e envolvido com crimes achando que pode se unir e controlar a situação”, afirmou.
Para o tenente-coronel Assis, a reunião firmou o compromisso de acionar a inteligência da Polícia e realizar levantamentos para descobrir quem são as pessoas por trás dos acordos de paz e “o que a Polícia ainda não sabe” em relação às supostas organizações criminosas.
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