Fortalezenses já adultos nem haviam nascido no último racionamento de água na Capital, há 22 anos. A restrição ao consumo de água começou oficialmente em 27 de março de 1993 e durou um ano e dois meses. Fortaleza foi dividida em duas: Leste, que incluía bairros como Aldeota, Montese, Messejana; e Oeste, que abrangia Conjunto Ceará, Parquelândia, José Walter, Bom Jardim, entre outros.
Em princípio, o fornecimento seria suspenso em uma das áreas a cada dia, das 8 horas até as 8h do dia seguinte. Logo, o revezamento passou a ser de dois dias com água e dois sem. Alguns bairros ficavam até cinco dias sem água. A justificativa apontada era a baixa pressão. No Conjunto Palmares I, a falta chegou a durar três meses. As contas, em compensação, chegavam regularmente.
O consumo de água mineral disparou. O preço teve alta de cerca de 30%. Estabelecimentos registraram aumento de cerca de 50% nas vendas.
Tornaram-se rotina banhos com baldes e canecas. Com o rodízio de abastecimento entre bairros, outra opção era ir à casa de parentes, com toalha e sabonete a tiracolo, para aproveitar onde havia fornecimento.
Canal do Trabalhador
Mas a situação não foi aplacada de imediato. Duas semanas depois, o canal não era usado. O nível do Jaguaribe estava baixo demais. Houve vazamento em sifões e falhas na fixação da manta asfáltica. A água chegou a Pacajus em 27 de setembro. Em outubro, o fluxo foi interrompido devido à explosão de um sifão.
Quando a água do Jaguaribe chegou, a surpresa: estava salgada. O teor de sal era de 400 miligramas por litro. O máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde era 250.
No fim de outubro, o racionamento deixou de ser alternado a cada dois dias e se tornou irregular. Havia abastecimento apenas por algumas horas. Em alguns locais, nem isso. Passava-se semanas sem água.
Lojas e shoppings reduziram ar-condicionado e a constância da limpeza de banheiros.
Na Vila das Flores, em Pacatuba, após quatro meses sem água, moradores quebraram canos subterrâneos da Cagece para extrair água. Até para beber se recorria a locais como a Lagoa do Tabapuá, imprópria mesmo para banho, pela concentração de coliformes fecais.
O último racionamento que atingiu a Capital chegou ao fim em 30 de maio de 1994.
"A ÁGUA CHEGAVA COM MAIS SAL QUE O ADMITIDO PELA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. O CONSUMO DE ÁGUA MINERAL DISPAROU. O PREÇO SUBIU 30%"
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