Saúde 01/06/2016

Planos de saúde ensinam grávidas a prevenirem zika e microcefalia

Diante dos casos de microcefalia associada ao zika vírus, planos de saúde oferecem oficinas e médicos orientam sobre como evitar a infecção. Rede pública defende que o melhor remédio é a prevenção
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Angélica Feitosa angelica@opovo.com.br
CAMILA DE ALMEIDA
Seguindo orientações médicas, Atília Martins usa roupas longas e aplica repelente a cada três horas


Para onde quer que vá, Atília Martins, 28, está sempre com figurino similar: meias, vestido até os pés ou calça comprida, casaquinho manga longa e tênis. “Estou com muito medo. As minhas amigas gestantes estão em pânico”, descreve. Grávida de 25 semanas (6º mês) do primeiro filho, a professora mora em um condomínio no José Walter e tem seguido todas as orientações repassadas pelo médico do plano de saúde, no caso dela, para evitar que o Aedes aegypti se aproxime dela. O mosquito é vetor de doenças como a zika, que pode causar microcefalia no bebê.


“Em cada ultrassom, a gente fica na expectativa. E graças a Deus, o João Vicente está bem, sem nenhuma doença, se desenvolvendo normalmente”, festeja. E apesar de já ter passado do período mais crítico, que, segundo os médicos, é o primeiro trimestre da gestação, o marido de Atília, Rômulo Vieira, não deixa ela descuidar. “Eu passo repelente spray nela enquanto ela está dormindo. E ela nem percebe”, ri-se. “A gente sempre fica preocupada porque a zika é uma doença nova por aqui”, aponta a mulher.


Como os casos de microcefalia em decorrência da zika são recentes no Ceará — do último semestre de 2015 —, os planos de saúde têm tentado levar mais informação às usuárias através de oficinas. Além da recomendação a respeito das roupas que cubram o corpo, Atília, usuária da Unimed Fortaleza, foi orientada a usar o repelente a cada três horas. Ela costuma, também por recomendação do profissional de saúde, usar um repelente spray por cima da roupa, para evitar qualquer aproximação do mosquito.


O sossego do casal só veio com o exame morfológico, que mediu a circunferência do crânio do bebê, atestando o tamanho esperado. “Eu chorei muito ao perceber que ele não tinha mais risco”, emociona-se a mãe.


Roupas claras

A secretária Andressa Queiroz, 33, já entrou no nono mês de gestação. Ela conta que o obstetra do plano Cassi recomendou o uso de roupas claras, porque o mosquito é atraído pela cor escura, segundo o profissional. “No surto do fim do ano passado, eu já estava grávida e fiquei muito preocupada, principalmente por ser uma doença nova aqui no Brasil”, comenta.

O obstetra que acompanha a gravidez da dentista Tereza de Castro Fontenele, 28, grávida de 33 semanas do Miguel, também incluiu evitar grandes aglomerações e locais onde tenha tido surto de zika. “Por mais que a gente se proteja, é fundamental a orientação adequada de um profissional. Não estar em aglomerações, além de evitar a zika, não deixa outras doenças chegarem”, pontua ela.


A zika, em boa parte dos casos, é assintomática. Ou seja, o paciente tem o vírus da doença, mas não apresenta os sintomas. “Por isso mesmo exige maior cuidado entre as pacientes”, confirma o ginecologista e obstetra da Unimed Fortaleza, Luís Carlos Weyne.

 

SERVIÇO

 

Oficina de Gestantes Hapvida

Destinada às usuárias do plano de saúde. As gestantes podem levar acompanhantes para a oficina

Quando: aos sábados, das 8h às 11 horas, e às terças, das 14h às 16 horas

Onde: rua Pereira Filgueiras, 825, Centro

Telefone: 3111 2900


Oficina de Gestantes Unimed

Para quem tem o plano de saúde, a oficina é gratuita. Para as demais gestantes, o valor é de R$ 320

Quando: em dois sábados, das 8h30min às 12h40min

Onde: avenida Santos Dumont, 1463, Aldeota

Telefone: 3208 2900


Saiba mais


O infectologista Anastácio Queiroz informa que evitar a proliferação do mosquito ainda é a forma mais segura de evitar a zika.


Segundo ele, que realiza atendimentos na Maternidade Escola Assis Chateaubriand, da UFC, a maior incidência continua sendo nos bairros de periferia. “A relação com a água e com a limpeza pública demonstra que ainda é preciso maior prevenção e cuidado”. Ele avisa que ações de prevenção do poder público não adiantam caso não haja engajamento da população. “É também dever do poder público fazer campanhas de convencimento sobre a importância da prevenção”.


Períodos de seca, segundo o médico, agravam a proliferação do Aedes aegypti, porque as famílias costumam acumular água em bacias.

 

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