Laudo técnico do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará (NPDM/UFC) mostrou que a fosfoetanolamina é ineficaz para combater células cancerígenas in vitro. O documento é um dos relatórios divulgados no último dia 18 pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) de pesquisas com a substância apontada como promessa para a cura do câncer. O núcleo cearense é um dos dois laboratórios nacionais escolhidos para os trabalhos de teste pré-clínicos e clínicos de fase I da fosfoetanolamina.
Com resultados negativos nos primeiros experimentos e uso aprovado no Senado, mesmo sob polêmica devido à falta de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o composto é alvo de muitos questionamentos.
“Nas células tumorais em que foram testadas, a dose para matar precisaria ser muito alta, muito além do que está sendo administrado nos pacientes”, explica o pesquisador responsável pelo NPDM, professor Manoel Odorico de Morais. O relatório diz que, nos trabalhos publicados com a fosfoetanolamina sintética, os autores a consideram como um composto citotóxico. De acordo o pesquisador da UFC, substâncias classificadas como citotóxicas são capazes de matar células tumorais. No entanto, a característica não foi constatada nos primeiros testes da pesquisa patrocinada pelo ministério.
Até o fim desta semana, novos resultados devem ser enviados ao MCTI. Nessa etapa, serão feitos testes em tumores experimentais que se desenvolvem em animais, como ratos e camundongos. A estimativa é de que os experimentos pré-clínicos sejam finalizados no segundo semestre deste ano. Caso o resultado seja positivo, as pesquisas avançam para a primeira fase de estudos clínicos feitos em
humanos saudáveis.
Polêmica
Após divulgação dos relatórios do ministério, pesquisadores favoráveis à substância, incluindo Gilberto Chierice, desenvolvedor da fosfoetanolamina nos anos 1990 pela Universidade de São Paulo (USP), criticaram a pesquisa coordenada pelo MCTI juntamente com o Ministério da Saúde. Em entrevista a jornais do Sudeste, Chierice afirmou que os testes foram “equivocados” e que a substância, de fato, não é um composto citotóxico, frisando que isso já havia sido publicado em pesquisas anteriores.
Questionado pelo O POVO, o MCTI respondeu, em nota, apenas que “tratam-se de resultados preliminares” e, em vista da sequência de testes a serem feitos, não existe ainda um laudo conclusivo. O projeto de pesquisa terá investimento de R$ 10 milhões, liberados em três anos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
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