Pôr os pés no barco é apertar o pause no zum-zum-zum da Cidade logo ali do lado e se embrenhar em uma mata exuberante. Cercado pelo mangue, de arbustos surpreendentemente altos e verdes, o rio Cocó volta, depois de quatro anos, a ser navegável. A viagem inaugural ocorre no próximo domingo, 20, quando a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) celebra, no Parque do Cocó, a Festa Anual das Flores. Na tarde de ontem, sob o chuvisco de um dia branco, O POVO percorreu o pedaço navegável de rio.
É um trecho curto, entre as pontes das avenidas Sebastião de Abreu e Engenheiro Santana Júnior. De ida e volta, o relógio conta cerca de 20 minutos — um tempo que deixa a sensação de querer ver e saber mais dali. Do barco, é possível conhecer os arbustos de mangue preto, branco e vermelho na margem, saber das peculiaridades de cada folha, observar o sobrevoo das aves e entender que ali, apesar da poluição, o rio ainda vive. De acordo com Artur Bruno, titular da Sema, o percurso não é maior por questões de segurança. O passeio é monitorado pela Polícia Militar Ambiental.
Quem apresenta o rio e comanda o barquinho verde e vermelho de nome Marta é o barqueiro e tenente da reserva da Polícia Militar Francisco Araújo. “Navego o rio Cocó desde agosto de 1991. De lá pra cá, a gente se tornou amigo. Tenho pra mim que aqui é o melhor lugar do mundo”, compartilha Araújo.
É ele, em parceria com a Sema, o responsável pelos seis dias de passeios semanais. As segunda-feiras ficam reservadas à limpeza do rio, com a retirada dos troncos e aguapés, feita também por Araújo. Já a quarta é dia de passeio gratuito para estudantes de escolas públicas, acompanhado por educador ambiental do parque.
Para os passeios turísticos, cada vaga, das 18 que o Marta tem, custa R$ 10. O barqueiro lembra que, para a incursão pelo rio se tornar viável, é preciso ser dia de maré cheia. “O rio varia o nível, em maré cheia, de dois a três metros. Sem a maré, a lâmina não passa de 30 centímetros”, detalha. Por isso, é preciso ligar e marcar cada viagem.
Pacto
A limpeza feita por Araújo é medida apenas paliativa e em um trecho pequeno do rio Cocó, que tem 42,7 km, nasce na Serra de Aratanha, em Pacatuba, e deságua no mar do Caça e Pesca, e está em sua totalidade poluído - como O POVO mostrou terça-feira, 15.
Despoluição, revitalização, reflorestamento e a preservação do rio são lutas que devem ser encabeçadas pelo Pacto pelo Cocó. O projeto faz parte das três ações que deverão ser anunciadas pelo governador Camilo Santana (PT), junto à regulamentação do parque e do mosaico de unidades de conservação. O anúncio não foi agendado, mas pode ocorrer também neste domingo.
“A gente quer que o passeio faça as pessoas conhecerem o rio e o parque, e conhecendo, possam se engajar em melhorias. O nosso sonho é que o Cocó volte a ter balneabilidade, e isso só vai acontecer a médio e longo prazo”, projeta o secretário.
Serviço
Passeios no rio Cocó
Quando: de terça a domingo, todas as semanas, em dias e horários de maré cheia
Inauguração: a partir de domingo, 20
Onde: no trecho entre as pontes das avenidas Sebastião de Abreu e Santana Júnior (embarque próximo à Sebastião de Abreu)
Quanto: gratuito para alunos de escola pública (ligar para 3234 3574); R$ 10 para as demais pessoas (ligar para 98527 8216)Multimídia
Veja vídeo do passeio pelo rio Cocó em:Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
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