Uma torre de 23 andares deve ser erguida na porção central do Edifício São Pedro, caso seja aprovado o projeto encaminhado à Prefeitura de Fortaleza pelos proprietários do prédio. A proposta é que parte da atual estrutura seja preservada e funcione como residencial. Já a área do centro deve ser demolida para viabilizar a construção de um hotel. Outros três pavimentos no subsolo deverão ser feitos. Por se tratar de um equipamento tombado pelo Município, a proposta precisa de aprovação da Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor).
O projeto foi apresentado ao O POVO, na tarde de ontem, pelo arquiteto Francisco Nasser Hissa. De acordo com ele, a torre pode dar uma “nova função ao prédio”. “Não tem sentido preservar o prédio se ele não vai ter um uso”, defende. De acordo com ele, o estudo do edifício indicou uma série de interferências no projeto original que inviabilizam um uso nos dias de hoje. “Na parte central, existem apartamentos que não têm ventilação, nem janelas. Não há uma unidade entre os espaços, o que impede a instalação de um hotel nas atuais condições”, justifica. Saídas de emergência
também não existem.
Pelo projeto, a torre iniciaria exatamente onde o atual edifício São Pedro termina, no oitavo pavimento. A área central deve ser demolida para abrigar as pilastras de sustentação do novo prédio, permitindo a instalação de elevadores e escadas. O arquiteto diz que o vão permitirá a entrada de luz e a circulação de ar na parte preservada, onde funcionará o residencial. “É um espaço aberto. Quem estiver no primeiro andar consegue enxergar onde começa a torre”, explica.
“Revitalização”
Para o proprietário majoritário do prédio, Francisco Philomeno Filho, o projeto é uma “revitalização” do edifício. “A família se sente vaidosa em mais uma vez poder contribuir para a Cidade com um empreendimento ícone e podendo ser mais uma pioneira na revitalização de um prédio de interesse da sociedade”, comentou, por e-mail. Segundo ele, a obra dará “viabilidade econômico-financeira” para o equipamento se manter.
Há, no entanto, quem discorde da solução. Para Romeu Duarte, ex-superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Ceará e colunista do O POVO, o projeto pode “alterar valores principais” da atual estrutura. “Acredito que o projeto descaracteriza o edifício. Ele tem volume que pode ser prejudicado quando se incorpora uma torre como essa”, considera o professor de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará (UFC).Segundo ele, outras soluções poderiam ser pensadas para dar função. “Não sou contra dar uma viabilidade ao edifício, já que isso o mantém vivo. Mas por que não se constrói essa torre ao lado?”, questiona. Para Francisco Nasser Hissa, a proposta seria inviável, pois o terreno ao lado não é do mesmo proprietário.
O projeto de incorporação da torre ao Edifício São Pedro foi apresentado à Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) em meados de abril de 2015. No último dia 20, a proposta foi avaliada pela Comissão Permanente de Avaliação do Plano Diretor (CPPD), que aprovou alterações nos parâmetros urbanísticos previstos para a área da Praia de Iracema. Antes de receber o alvará da Prefeitura, o projeto deve passar ainda pela Célula de Licenciamento para Construção, na Seuma, e depois segue para avaliação da Secultfor.
Saiba mais
Cerca de 60% do edifício é da família Philomeno; 30% são da Machado Incorporações e 10% de pequenos proprietários.
Construído em 1951, o edifício abrigou o Iracema Plaza Hotel até 1991. Quatro moradores permanecem no local.
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