Muros brancos, cidade muda. A rotina da gente cruza com esquinas, engarrafamentos, túneis e, nesses percursos, também viadutos. Em Fortaleza, intervenções estéticas nesses equipamentos mudaram trechos da paisagem com grafitagem. Transformaram partes de pequenos pedaços de concreto em arte.
Um dos exemplos mais recentes está localizado sob as vigas que sustentam a avenida Engenheiro Santana Júnior sobre a Santos Dumont. O viaduto, denominado Deputado Jackson Pereira, recebeu serviços de pintura, grafitagem abstrata, requalificação da iluminação e letreiro.
A mudança foi executada pela Secretaria Muncipal da Infraestrutura (Seinf), que argumentou ser parte de melhorias para a mobilidade urbana em Fortaleza. De acordo com o titular da pasta, Samuel Dias, a decisão partiu do gabinete do prefeito Roberto Cláudio, “que solicitou que, no término das obras, estas tenham acabamento de forma harmoniosa, não passem a ser um elemento de grande impacto urbanístico”.
Um pouco antes, o grafite também pode ser visto no recém inaugurado túnel Barros Pinho, localizado na Santos Dumont com Via Expressa. Internamente, o equipamento recebeu acabamento diferenciado na parede, com aplicação de tintura contra pichação. “São elementos importantes para que a obra tenha boa inserção urbanística no contexto da cidade”, declarou o secretário.
Caminhos
No cotidiano da publicitária Camilla Leite, 24 anos, passam três lugares visivelmente grafitados. Um deles é o viaduto do cruzamento das avenidas Washington Soares (CE-040) e Maestro Lisboa (CE-025), que possui ilustrações . “Como é o caminho que sempre volto pra casa, vi lá sem e com grafite. Para mim, a cor deu muito mais vida ao lugar”, conta. “Sem contar que já vi ensaios fotográficos por lá, vejo gente vendendo churrasquinho. Ganharam mais vida”.
O estudante de arquitetura e urbanismo Thadeu Dias, 24, opina que, apesar de serem executados por questões de custo, exequibilidade e prazo, o impacto social e humano dos viadutos é negativo. “Eles geralmente tornam-se espaços degradados e subutilizados. Seu entorno edificado desvaloriza-se com sua presença, e o espaço público direto ao redor não é dos mais saudáveis”, avalia o estudante.
Apesar disso, acredita que a arte urbana pode atenuar essas questões negativas. “Mas elas por si só não são o suficiente para que o viaduto seja um espaço contextualizado. Se aplicarmos novos usos, periódicos ou permanentes, ao equipamento podemos trazer novas dinâmicas ao espaço e a presença do pedestre”, acredita.
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Outros equipamentos poderão receber intervençõesErro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
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