Naquele dia, tinha programação extensa de inaugurações que começava em Coreaú e terminaria em Sobral. Quando chego em Coreaú, estava chovendo muito e me avisaram que tinha acontecido uma rebelião no presídio com vários reféns. Entre eles, Dom Aloísio, Dom Aldo Pagotto, Brandão (na época, sub-secretário de Justiça) e João Alfredo (na época, deputado). Imediatamente, pedi para voltar, mas o helicóptero não podia por causa da chuva. Forcei a mão e vim de helicóptero. Pedi para levar uma van para o pouso do helicóptero. Deitei no chão da van e entrei no presídio.
Havia uma área ocupada e outra não ocupada por eles. Entrei no presídio deitado na van e passei a coordenar as ações lá dentro. Liguei para São Paulo para vir uma equipe de lá, porque aqui não tinha experiência com essas coisas (depois, acabei criando o Gate). Recebi uma ligação do presidente Itamar Franco dizendo que o papa tinha ligado para ele. Respondi que estava tomando conta do assunto pessoalmente. Na negociação, cada coisa que eles pediam, eu trocava por reféns. Comecei pedindo sempre dom Aloísio. Eles não davam. Dom Aloísio também não aceitava. Na última ocasião, me ofereci para trocar de lugar com ele. Eles toparam, mas dom Aloísio não topou. Exigiu ser o último a ser libertado. Foram 24 horas até o fim da operação. Eles foram soltando os reféns conforme o compromisso. O último que foi solto, por exigência dele, foi dom Aloísio. Quero registrar que o cara que foi mais valente depois do dom Aloísio foi o Brandão, que enfrentou os caras. Na época o Mainha, que era o preso famoso lá no presídio, ajudou a mediar em favor do Estado.
Ciro Gomes, atual secretário da Saúde do Ceará e governador na época da ação
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