Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, detectou a presença do vírus da zika ativo (com potencial para causar infecções) em amostras de saliva e urina. A descoberta foi divulgada pela Fiocruz ontem. A pesquisa não esclarece, no entanto, se o vírus é contagioso. Apesar da presença da zika ter sido detectada na saliva e urina, não é possível afirmar ainda se ele pode ser transmitido por fluídos corporais.
De qualquer forma, a Fiocruz recomendou que mulheres grávidas evitem circular em ambientes com aglomeração de pessoas, compartilhar talheres e copos, e até mesmo beijar pessoas com suspeita da doença. “As grávidas podem se resguardar. Não por ser uma verdade absoluta (a possibilidade de contágio), mas por cautela”, disse Myrna Bonaldo, coordenadora da pesquisa que teve a colaboração da infectologista Patrícia Brasil. O estudo foi baseado em amostras referentes a dois pacientes.
As coletas foram realizadas a partir da apresentação de sintomas compatíveis com o vírus da zika. “A possibilidade de contágio ainda deve ser esclarecida. Não podemos afirmar que é contagioso”, ressaltou Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz.
Ele disse ainda que já está em andamento a pesquisa para descobrir se o zika pode ser transmitido pela saliva.
De acordo com o presidente da Fiocruz, não há como estabelecer um prazo para se chegar a este resultado. E, justamente por isso, ele defendeu a necessidade de haver uma mobilização internacional para que laboratórios de vários países possam também realizar pesquisas a este respeito, assim como ocorreu com o vírus ebola.
Em nota, o Ministério da Saúde sugere “cautela” e “prevenção” diante da nova possibilidade de transmissão. A orientação, diz a pasta, é “evitar compartilhar objetos de uso pessoal (escovas de dente e copos, por exemplo) e lavar as mãos”.
Olimpíadas
A preocupação com o vírus zika tem afetado diretamente a Olimpíada no Rio de Janeiro. Nesta quarta-feira, dois pesquisadores americanos, Arthur Caplan e Lee Igel, assinaram uma coluna na revista Forbes pedindo o cancelamento dos Jogos por conta da proliferação da epidemia.
Caplan é chefe da divisão de ética médica no Centro Médico de Langone, na Universidade de Nova York. Já Igel é professor da mesma universidade e um pesquisador especializado em tomada de decisões e comportamento no trabalho em negócios do esporte. Eles argumentam que abrigar a Olimpíada em agosto nessas condições seria “irresponsável”. Eles citam que o turismo deve ser severamente afetado.
“Quem vai viajar para o Rio em meio a uma epidemia de Zika? Não mulheres jovens, que podem ficar grávidas e dar à luz a uma criança com deficiência. Não homens sexualmente ativos que correrão o risco de transmitir o problema à parceira”, diz a publicação. (das agências de notícias)
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