O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Edinho Silva, disse nesta sexta-feira, 19, que o governo vai investir até R$ 2 bilhões em ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Segundo ele, o corte de gastos do governo não vai afetar a mobilização no país contra o mosquito.
"O governo vai terminar o ano gastando aproximadamente R$ 2 bilhões com prevenção. A presidente Dilma [Rousseff] tem dito que não tem limitação de recursos nesse embate. Nós precisamos derrotar o Aedes aegypti, que é a única forma de protegermos as crianças brasileiras da microcefalia", disse o ministro.
Edinho participou hoje de mais um dia da mobilização nacional contra o mosquito. Ele visitou o Centro Educacional Unificado (CEU) Aricanduva, na zona leste da capital paulista, onde deu uma aula para diversas crianças do local. A aula durou cerca de 12 minutos e ocorreu em um auditório lotado do CEU, onde as crianças estavam bem agitadas e participativas.
Edinho estava acompanhado do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e dos secretários municipais Gabriel Chalita (Educação) e Alexandre Padilha (Saúde). Soldados do Exército também estiveram no local, instalando cartazes da campanha e orientando sobre o combate ao mosquito. O prefeito comentou que há uma proposta em discussão na Câmara Municipal para multar moradores que forem reincidentes em manter focos do mosquito. Segundo ele, a ideia será seguir uma orientação federal sobre o assunto. "Tem alguns vereadores aqui de São Paulo defendendo a tese de que, quando a família é reincidente, ou seja, quando já se identificou o criadouro e já se explicou como faz, aplique-se uma multa", disse o prefeito.
"Se o governo federal entender que, dada à gravidade do assunto, vale a pena, ainda que temporariamente, aplicar uma sanção para os reincidentes, vamos estudar. Isso deve ser apresentado na semana que vem pelo vereador Paulo Fiorillo", disse o prefeito. De acordo com Haddad, o combate ao mosquito deve ser feito de forma conjunta.
"Como 80% dos criadouros estão dentro das casas, o combate à dengue tem que começar em casa com uma mudança de comportamento, não descartando lixo na rua e não deixando água limpa e parada dentro de casa. Caixas e baldes de água precisam ser devidamente tampados; vasos de planta, com areia. Tudo isso ajuda a combater a dengue", disse o prefeito.
Haddad contestou que falte uma ação mais contundente da prefeitura na limpeza e coleta de lixo na cidade, o que poderia ajudar na proliferação do mosquito. "A coleta de São Paulo, certamente, está entre as melhores do Brasil. Inclusive, neste ano, vamos universalizar a coleta porta a porta seletiva. São Paulo será das poucas metrópoles do mundo que terá coleta seletiva universal. São Paulo já gasta R$ 1 bilhão por ano para varrer um lixo que não deveria estar na rua, mas sendo coletado. E os pontos de descarte irregular foram todos mapeados".
Ele também disse que São Paulo tem promovido a limpeza imediata. "Levamos tudo para o aterro sanitário e esterilizamos para não haver qualquer tipo de foco". O secretário municipal de Saúde Alexandre Padilha disse que um balanço sobre casos de dengue, zika e chikungunya na cidade de São Paulos será divulgado somente na próxima segunda-feira. No entanto, alertou que os números de casos de zika têm crescido na cidade: "Já percebemos e falamos isso desde janeiro de que estamos tendo aumento de 40% no número de casos [de zika] em relação a janeiro do ano passado".
Defesa da presidente
O ministro Edinho Silva disse que a defesa apresentada nesta quinta-feira, 18, pela presidente Dilma vai demonstrar que não houve irregularidades em sua campanha eleitoral. "Tenho plena convicção de que não há nenhuma base legal para questionamentos das contas da presidente Dilma. Tivemos todo o cuidado possível na prestação de contas. Mostramos que a campanha da presidente arrecadou dentro da legalidade e com a maior transparência possível", disse ele, ressaltando que as contas já foram apresentadas em 2014 e aprovadas por unanimidade pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O ministro comentou ainda sobre a eleição no PMDB, que definiu um novo líder do partido na Câmara dos Deputados. Na eleição, o deputado federal Leonardo Picciani foi mantido no cargo. Para o ministro, não é o resultado dessa eleição na Câmara dos Deputados que vai ajudar o governo a afastar a possibilidade de impeachment da presidente, mas sim a própria Constituição. "O que afasta a possibilidade de impeachment é o não amparo legal para o pedido de impeachment. A legislação brasileira é clara: você só pode pedir impeachment quando há amparo legal. Ele não pode ser um instrumento de guerra política. Não tenho nenhuma dúvida de que o impeachment está superado porque ele não tem ampara na legislação brasileira".
Agência Brasil