CRONICA 20/10/2017 - 14h06

Roda Viva

notícia 0 comentários

Roda Viva

 

José Periandro Marques

 

 

Há décadas, em uma das apresentações do Programa Roda Viva da extinta Rede Tupi, indagado sobre a Religião Católica, seu berço original, Francisco Xavier teceu loas à referida doutrina, revelando sua verdadeira dimensão cristã. Fosse outro o personagem inquirido, demonstraria as mazelas das Cruzadas e da Inquisição, para empós reverenciar as ações meritórias daquele segmento espiritualista. Contudo, imbuído de amor extremado, o Apóstolo da Caridade, só bondade e benignidade espargiu naquele encontro inesquecível.

Chico, detentor de uma mediunidade incomparável, ainda católico, ao acompanhar as missas que se desenvolviam, percebia a atuação incessante de entidades de escol, que se desdobravam para que a luz se propagasse no recinto de fé e amorosidade. E o nobilíssimo Missionário da Terra do Cruzeiro, com sua percepção ampliada, via a hóstia consagrada ao ser ofertada como corpo crístico aos fiéis, dela jorrarem feixes de luz, claridades inexprimíveis, emanações e fluidos proporcionados por entes benditos, para cura e refazimento de energias físicas, espirituais e psíquicas dos crentes convictos.

Apesar de a Igreja Católica afirmar peremptoriamente, não se creia que o corpo de Cristo esteja presente no santuário, em inúmeras partículas oferecidas, em centenas de anos, fornecido a milhões de católicos todos os dias; com efeito, se fosse possível repartir um corpo entregue ao limo da terra e por ela consumido, e por remota possibilidade tal sucedesse, ainda assim, pela decorrência de tempo, não mais constaria sobra a ser ingerida. Por ser Improcedente análise materialista, raciocinemos sob a óptica espiritualista. Ansiamos que o Cristo esteja conosco e por nós em todos os momentos de nossas vidas e efetivamente Ele está, porque em Espírito é que se concretiza a imortalidade do Espírito e não sob argumentos dogmáticos.

Fique óbvio, não descuramos dos outros preceitos religiosos, mas buscamos em outras fontes as respostas que nossa mente em evolução considera satisfatórias. Por extensão, respeitamos os credos diferenciados de nossos princípios doutrinários: os prosélitos de outras igrejas buscam o Pai pelos métodos que seus entendimentos consagram. Para a Divindade “guerras santas” nada valem e o maior entre todos é o mais humilde, e o mais inteligente, aquele que obedece a Seus desígnios.

Amar intensa e imensamente é o portal para a eternidade. Amar é a beleza, a pureza, é o avançar, o roteiro a ser seguido infinitamente. E o verbo AMAR não comunga com verbo julgar, conforme as palavras de Jesus: “não julgueis para não serdes julgados...”. Quando se condena um apostólico romano por portar em seu lar figuras de santos, por gentileza, desacelere suas críticas: nossos irmãos não se atêm a adorar imagens, mas relembram com devoção vultos notáveis, que com denodo e sacrifício enfrentaram e venceram o mundo por adoração ao Senhor e a Seu excelentíssimo Filho.

Refaça ou por educação atenha-se aos argumentos de quem pensa diferente de você, caro seguidor do Altíssimo...

 Repare: quando uma mãe revê um rebento através de uma fotografia, ela ama o papel inerte, o sorriso congelado ou relembra as garrulices infantis, as tiradas surpreendentes ou engraçadas e os momentos inesquecíveis ou emocionantes? Se distante o jovem de seu convívio, ela se indaga se seu garoto está bem, com saúde, tranquilo e bem sucedido ou fixa todo seu interesse no retrato mantido em suas mãos trêmulas?

Se tu vês a imagem do Salvador dependurada em uma parede, ou disposta em qualquer recinto, tu a idolatras impulsivamente, quando tal figura, bem o sabemos, é a de um moço qualquer, escolhido na multidão para servir de modelo a um gênio da pintura com o fito de representar o Mestre Divino, ou recordas o deus vivo, que no globo se fez sublime, caminhou por terras áridas da Palestina, pregou nas praias do Mar da Galileia e do Lago Tiberíades, transfigurou-se no Monte Tabor e processou maravilhas a partir das Bodas de Caná? A quem tu adoras efetivamente? A representação de Jesus ou a Ele mesmo por Seu apostolado santificado? Ainda que o semblante apresentado seja de alguém, talvez nem tão evoluído espiritualmente, a lembrança de Jesus não te traz um quê de leveza e candura?

Quando os profetas condenaram a adoração a deuses falsos, eles se reportaram a entidades vingativas, diabólicas, dragões, totens, bezerros de ouro, Mamon e o cruel Baal e não às almas dos homens, merecedoras do respeito, consideração e apreço de todos nós insulados em corpo físico.

Vós “Guardiães do Templo”, tão zelosos de vosso ofício, não vos inquieteis com aqueles que, em última instância, são vossos amigos e partilham do mesmo ideal de servir ao Filho do Altíssimo e se tornarem dignos de Sua promessa de salvação. Antes de conceber inimigos em outras crenças similares, volvei os olhos para vossos interiores e neles encontrareis a verdade, que não se esconde em miragens, preconceitos ou palavras vãs.

Se não conseguimos ser qual Cristo, laboremos para lograr o máximo de virtude na atual investidura carnal. A amizade, a fraternidade e o bem-querer a todas as pessoas é o caminho seguro para a felicidade almejada.

espaço do leitor
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro a comentar esta notícia.
0
Comentários
500
As informações são de responsabilidade do autor:

COMO COLABORAR

  • 1

    Participe você também

    Envie sua colaboração para o email: jornaldoleitor@opovo.com.br e seu texto estará no Jornal do Leitor Online

  • Em Breve

    Ofertas incríveis para você

    Aguarde

Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje

Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object

ACOMPANHE O POVO NAS REDES SOCIAIS

Newsletter

Receba as notícias do O POVO Online

Powered by Feedburner/Google

O POVO Notícias | Jornal do leitor O POVO | Cronicas O POVO