Escolas estaduais ocupadas por movimentos estudantis secudaristas teriam sido alvo de investidas policiais. A denúncia, feita por estudantes, é de que em três escolas policias teriam feito revistas e agido de forma a repreender as ocupações. Na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Aldaci Barbosa, no Jangurussu, os relatos são de que os policias militares teriam entrado, às 2h da madrugada da última quarta-feira, 27, e mandado que cerca de 20 estudantes que estavam no local ajoelhassem. Os adolescentes apontam que, além de agressões verbais, um deles teria recebido um tapa.
“A ação chocou todo mundo na escola. Eles entraram sem mandato, sem justificativa. Nos chamaram de vagabundo, apontaram armas, ameaçaram dizendo que se achassem alguma coisa a gente tava ferrado”, descreve um dos estudantes que prefere não ser identificado. Após a ação no colégio, três estudantes, entre eles o que teria sido agredido, deixaram a ocupação.
“Eles diziam que a ocupação não ia servir de nada. Como pode a Cotam invadir escola pública e agredir gente que está ali lutando por educação digna?”, questiona outro aluno da mesma instituição de ensino. Segundo a Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará (Cedeca) outras duas escolas no bairro Bom Jardim também passaram por ação policial esta semana.
A denúncia foi feita na tarde desta quinta-feira, 28, durante reunião entre 50 estudantes, membros do Cedeca e representantes da Secretaria Estadual da Educação (Seduc), para discutir um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O documento, feito pela Defensoria Pública ouvindo os secundaristas, compilava as reivindicações dos estudantes em movimento por melhorias na educação. As partes não chegaram a um consenso e o documento não foi assinado.
Entre as pautas do TAC estão o ajustamento da merenda como determina a Seduc, os prazos para as reformas nas estruturas das escolas, a compra de equipamento e computadores, o restabelecimento do funcionamento dos laboratórios, e a implantação de uma gestão democrática. “A Seduc não apresentou contraposta. Mesmo tendo em mãos o posicionamento claro dos estudantes, em um documento feito desde o começo do mês”, afirma a assessora comunitária do Cedeca Marina Araújo.
Diante do impasse, estudantes se dizem aflitos. “O primeiro de agosto está chegando, e pressão pra que a escolas sejam desocupadas aumenta. A gente sair da reunião sem ter nossas pautas atendidas é uma aflição”, descreve Leehaney Cavalcante, 17, estudante da Escola José de Alencar, na Messejana . O sentimento é compartilhado por outro jovem, da Aldaci Barbosa. “A gente fica triste, quase como se tivesse esses três meses sido em vão. Mas iremos resistir”, acredita. Segundo levantamento da Seduc, 37 escolas permanecem ocupadas no Estado.
Cotam
De acordo com o major Gerlúcio Vieira, comandante do Comando Tático Motorizado (Cotam), um patrulhamento estava próximo à escola quando visualizou uma adolescente enrolada em uma lençol e decidiu verificar, a partir dessa movimentação julgado como suspeita, se havia em curso alguma prática ilícita. Conforme o comandante, o vigia foi abordado, e os policiais pediram autorização para adentrar a escola. Não foi encontrado nenhum entorpecente e não foi “verificado nada errado”. O major nega que tenha havido agressão a algum estudante. O POVO tentou contato com a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança e Defesa Social (SSPDS) na noite des ta quinta-feira. As três ligações não foram atendidas.
Seduc
Questionada pelo O POVO sobre a denúncia dos estudantes, a Seduc não se posicionou. Sobre o TAC, a pasta afirma que “a abertura ao diálogo tem sido constante” e que “apresentou resposta à Defensoria Pública sobre cada ponto apontado no documento”. A pasta reiterou a destinação “de R$ 140 milhões para benefícios dos professores, infraestrutura das escolas (reformas e manutenção), alimentação escolar, aquisição de computadores, notebooks para premiar os melhores alunos”.
Redação O POVO Online
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