O Brasil registrou, entre 2011 e 2015, segundo o Boletim epidemiológico, divulgadopelo Ministério da Saúde, 55.649 óbitos por suicídio. O índice representa uma taxa geral de 5,5 mortes para cada 100 mil habitantes.
As maiores taxas de suicídio foram observadas na faixa etária de 70 anos ou mais, aonde a média chegou a 8,9. A Psicóloga Raquel Rocha acredita que problemas de saúde, isolamento sociais causados pela viuvez, separações, distanciamento de filhos e netos, perda de produtividade, além de depressão e doenças crônicas são fatores que contribuem para essa alta taxa.
"Muitas coisas mudam em suas vidas. Com a chegada da velhice, vem a aposentadoria e geralmente uma mudança radical e suas rotinas, o que pode mexer com a sua identidade pessoal, causando sentimento de inutilidade e impotência", afirma.
Maria de Jesus, 68, aposentada há 12 anos, conta que já passou por uma forte depressão e assume que já teve pensamentos que quase a levaram ao suicídio. “Foi logo após eu perder meu esposo, passei a me sentir sozinha, minha família estava longe, só pensava em acabar com tudo isso”, diz.
Apesar da dificuldade, Maria teve o apoio da alguns familiares e passou a ocupar a sua cabeça com outras coisas. “Minhas irmãs perceberam e passaram a me ajudar, junto delas entrei em um grupo de artesanato e passei a ocupar mais minha cabeça, acredito que isso foi fundamental para eu continuar vivendo”, conta.
A psicóloga ressalta a importância da presença da família nessa fase, como forma de prevenção ao suicídio. “É importante que a família esteja sempre próxima, ressaltando o valor é a importância do idoso na família. Também é muito indicado que participem de grupos sociais na comunidade, como forma de ocupação e distração”, recomenda.
Saiba como ajudar
Fatores que podem desencadear o suicídio
Depressão, desesperança, desamparo, divórcio, desemprego, dívidas.
O que falar para alguém com ideação suicida
Ter empatia, oferecer ajuda, fazer a pessoa se sentir acolhida, conversar com tempo e disponibilidade; fortalecer os pontos fortes e os recursos internos e protetivos da pessoa; ajudar a lembrar que tem pessoas na vida dela que ela pode acionar, como membros da família ou colegas de trabalho
Nunca criticar, julgar e dizer que a pessoa não pode se sentir daquela forma.
Serviço
Onde buscar ajuda?
CCV - 188 / http://www.cvv.org.br/
Mais informações
http://www.mpce.mp.br/caopij/projetos/vidas-preservadas/onde-buscar-ajuda/