Uma pesquisa realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), revela que as mulheres seguem em ascensão na sociedade. De acordo com o estudo o número de profissionais diplomadas não para de subir, porém as mulheres ainda ganham um salário inferior ao homem com a mesma situação e capacitação.
Além da diferença salarial, as mulheres seguem encontrando dificuldades de competir com os homens no mercado de trabalho. De acordo com o estudo Panorama da Educação 2018, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais (Inep), 50% das mulheres entre 25 e 34 anos tinham diploma no ano passado, contra 38% dos homens.
Porém, quando analisamos o mercado de trabalho, a OCDE estima que 20% dessas profissionais estejam desempregadas, enquanto que entre os homens o índice é de 10%.
A organização aponta que as mulheres ganham em média 26% a menos. José Raimundo Carvalho, membro do Centro de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Ceará - Caen, acredita que essa diferença é um reflexo cultural de nossa sociedade." Assim como a discriminação em relação a etnia, podemos afirmar que existe uma preconceito por causa do gênero no mercado de trabalho", diz.
No cenário brasileiro, 20% das mulheres na mesma faixa etária conquistaram o diploma de ensino superior ano passado. Entre os homens o percentual é de 14%. Apesar disso, 17% dessas mulheres estavam desempregadas, enquanto que entre os homens diplomados, o índice de desemprego cai para 9%.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) produziu, no ano passado, um relatório apontando que as mulheres encontram mais dificuldades, pois além de trabalharem fora, precisam cuidar da casa e da família. Isso se reflete na baixa participação feminina no mercado.
Segundo o relatório, apenas 48,5% das mulheres com mais de 15 anos participam do mercado de trabalho, ao passo que entre os homens a taxa é de 75%. A desigualdade se intensifica em países do Norte da África e Estados Árabes, isso se dá, de acordo com a OIT, em função de costumes culturais excludentes e que priorizam a figura masculina.
Para a Organização Mundial do Trabalho, a instauração de políticas públicas são decisivas para a melhora do panorama. Nesse sentido, leis que inibem a exclusão de mulheres grávidas do mercado de trabalho, por exemplo, são indispensáveis.
Ainda segundo o levantamento, os países que adotaram uma política de igualdade, registraram um aumento de 15% na participação feminina no mercado de trabalho.