23 de julho de 2018 23/07/2018 - 19h06

45 anos do acidente do Boeing 707 que fez 123 mortos

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Gabriel Serpa gabrielserpa@opovo.com.br
Acervo O POVO
Ricardo Trajano, entre seu colega e seu pai.

No último dia 11, completou 45 anos do acidente com o Boeing 707, voo 820 da Varig, que fazia a rota Rio de Janeiro-Paris. Das 134 pessoas que embarcaram na capital carioca, 11 sobreviveram - dez tripulantes e um passageiro. 

O POVO entrevistou Ricardo Trajano, único passageiro a sair com vida do acidente.

Ao falar sobre o acidente, Ricardo conta como a sua visão sobre a vida mudou depois de ter sobrevivido. “Para mim, foi um marco. Antes, durante e depois. Os valores da vida mudam, eu falo muito para as pessoas viverem o presente, meu sonho era ir para Londres e, de repente, eu acordo no hospital entre a vida e a morte.” relembra.

Ricardo revela que uma transgressão salvou a sua vida. “Sentei no fundo do avião e, isso, foi fundamental para que eu conseguisse sair vivo. A fumaça começou lá atrás, então, me levantei depressa e fui para frente junto aos tripulantes. Se eu tivesse seguido as recomendações, talvez não estivesse aqui hoje.”, diz.

Trajano sofreu queimaduras nas costas e ficou em estado grave no hospital durante 81 dias. Chegou a ser dado como morto pela família, após ser confundido com um comissário. Um bilhete que escreveu no leito o identificou. Quando os pais receberam a notícia, o velório já estava encomendado. Virou festa.

“Mesmo em coma eu consegui escrever o bilhete, não lembro como, foi como se eu tivesse psicografado a mensagem. Graças a isso a minha família, que já tinha preparado todo o velório, pode saber que eu estava vivo, aquele momento que era para ser de tristeza e despedida virou uma festa”, conta.

Indagado sobre o possível trauma, Ricardo diz que sempre pensa positivo e que um ano depois da tragédia chegou a fazer a mesma viagem que não pode concluir. “Na época, comprei passagens de ida e volta. Como usei somente a de ida, resolvi ir até a empresa para solicitar a passagem que já havia pagado, então, fiz o trajeto, mas sem interrupções dessa vez”.

O acidente

Na tarde de 11 de julho de 1973, o acidente na rota entre o Rio de Janeiro e Paris chocou o mundo. Quando faltava apenas um minuto para atingir a pista do aeroporto de Orly, o Boeing 707, voo 820 da Varig, fez um pouso forçado sobre uma plantação de repolhos, no vilarejo de Saulx-les-Chartreux, ao sul da capital francesa.

Entre os 123 mortos, encontravam-se personalidades, como o presidente do Senado, Filinto Muller, o cantor Agostinho dos Santos, a atriz Regina Lécrery e o iatista Joerg Bruder.









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