O acesso ao saneamento básico continua sendo um desafio a ser superado no Nordeste. De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada no final do último mês pelo IBGE. A região permanece abaixo da média nacional em abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo.
O Nordeste possui 80,3% dos domicílios ligados à rede geral de distribuição, enquanto que a média nacional é de 85,7%. No Ceará, o índice é ainda menor, 44% das habitações tem rede geral.
No fornecimento de água, diário, é possível notar o contraste com as demais regiões. O Nordeste tem o menor abastecimento em residências com rede geral, 66%, a média nacional é de 86,7%.
Moradora do bairro Jereissati, em Maracanaú, dona Juscelina, 63 anos, conta que sempre conviveu com a falta de água e que só agora a situação melhorou. “Moro aqui faz muito tempo e sempre faltou água. Antes, a gente ia buscar na casa dos vizinhos porque eles tinham poço. Hoje, a água chega, mas, ainda falta às vezes.”, diz.
Em relação ao esgotamento sanitário, o Nordeste (45,1%) e o Norte (20,3%), são as regiões com menos domicílios ligados à rede geral diretamente ou via fossa. Na região Sudeste, o índice chega a 88,9%, a média nacional é 66%.
Quando se trata da coleta de lixo, os números mostram um contraste ainda maior. Enquanto o índice brasileiro é de 82,9%, a região nordestina tem a coleta direta de 69,6%, a menor do País.
No bairro Alvorada, município de Pacatuba, os moradores denunciam a falta de coleta de lixo. “Algumas vezes, demoram semanas para passar a caçamba, isso quando vem. Nessa época de chuva, os lixos ficam acumulados trazendo bichos e doenças para as nossas casas.”, relata a moradora Ioneide Lima, 48 anos.
O recolhimento do lixo realizado por caçambas é feito quando não há uma coleta direta. A região Nordeste tem 12,1% do seu lixo, recolhido por caçamba, enquanto no Sudeste os números chegam a 5% , a média nacional é 7,9%.