Apesar de representar mais da metade do número de eleitores no Brasil, o número de mulheres que ocupam cargos políticos ainda é muito pequeno. No estado do Ceará as mulheres estão em apenas 15% das prefeituras, comandando 26 dos 184 municípios existentes no estado.
A ex-prefeita de Fortaleza, Maria Luiza Fontenele, relembra que no início de sua carreira política a ideia era lutar por liberdade e ocupar mais espaço “nós vivemos o movimento de 68, descobrimos a importância de romper determinadas questões”.
Maria Luiza foi a primeira mulher a ser eleita prefeita de uma capital brasileira. Mas destaca que sofreu bastante em sua candidatura e posteriormente em seu mandato. “Quando fui candidata foi um horror, e depois de eleita faziam montagem minha com referência ao sexo por que achavam que o homem devia estar no poder”, declara.
Apenas sete mulheres foram eleitas deputada estadual em 2014, representando somente 15,22% dos eleitos para o mandato. A deputada estadual Augusta Brito (PCdoB) afirma que a representação feminina na política cearense ainda é mínima. “Temos que ter mandatos ativos, interferindo em todos os âmbitos. As mulheres têm que fazer o dobro, e as vezes o triplo para ter reconhecimento”.
Para o ano de 2018 a expectativa para candidaturas de mulheres, segundo Augusta, é grande. Ressalta que “as mulheres estão tendo coragem, e acredito que neste ano elas irão se candidatar, não só para cumprir cotas partidárias, mas para concorrer de verdade”.
O estado do Ceará nunca elegeu uma mulher para o cargo de governadora e atualmente conta com apenas duas mulheres na Câmara dos Deputados.