Quando o esgoto é lançado no rio, não só a saúde do manancial está em risco, mas também todos aqueles que consomem a água ou os animais que nela vivem. Esse é o alerta da professora de Ciências Ambientais da UFC, Sandra Tedde Santaella. De acordo com ela, lançar esgoto sem tratamento no rio favorece a multiplicação de micro-organismos no manancial.
A matéria orgânica proveniente dos esgotos cria um ambiente favorável para organismos que consomem boa parte do oxigênio da água. É a partir daí que inicia a morte do corpo hídrico, segundo Sandra. “Grande parte dos animais, como peixes, que necessitam de oxigênio, morrem nesse ambiente”, alerta. O consumo da água infectada põe em risco também a saúde das pessoas, que podem apresentar desidratação por diarreia.
Se a água contiver metais pesados, as pessoas correm risco de sofrer problemas neurológicos se consumirem a água ou animais contaminados. Uma das fontes desses componentes é o chorume que resulta da degradação de resíduos sólidos. No caso do Cocó, o chorume oriundo do lixão do Jangurussu ainda hoje tem contato com as águas do rio.
“A gente não consegue garantir que o esgoto doméstico desviado para o Cocó tenha dejetos apenas de residências. Existem oficinas, indústrias de fundo de quintal, que podem lançar poluentes perigosos”. De acordo com ela, essas condições reduzem a biodiversidade. “Só sobrevivem os peixes mais resistentes,os que conseguem se adaptar ao ambiente apesar dos riscos”, diz. Para Sandra, o fato de rio ainda ter peixes não significa dizer que não foram reduzidas as possibilidades de vida no Cocó. (Rômulo Costa)
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