DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE 05/06/2016

A importância do mangue para as vidas marinhas e controle do mar

O encontro do rio com o mar forma um tipo de vegetação importante para a manutenção da vida marinha. No manguezal do Cocó, várias espécies de peixe podem procriar e garantir a subsistência
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A Cidade se incorporou ao manguezal do rio Cocó. Fez-se grande em volta do ambiente que recebe, no curso de água doce, o salobro do mar. Por ali, muitas espécies de bicho se acostumaram a viver. Peixes depositam suas crias, pássaros resolvem morada, siris se escondem por entre os galhos de árvore e a lama. A vida tenta continuar o curso natural das coisas apesar da interferência do humano. Biologicamente, o mangue tem importância para as espécies marinhas e também para o controle do mar.

 

O biólogo Luis Ernesto Arruda, professor do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC), explica que o mangue é um tipo de vegetação que depende do mar para existir. É nas regiões de encontro dos rios com o mar que ele se forma. A água salgada, quando a maré enche, avança pelo rio dando-lhe salinidade. O manguezal é, por si, um ambiente dividido entre o doce do rio e o salgado do mar.


“Essa mistura forma um ambiente de transição. Algumas espécies de animais são adaptadas para viver nesses locais. O mesmo acontece com algumas plantas, que têm características muito próprias. Essas espécies são tipicamente chamadas de mangues”, explica. Essa vegetação possui raízes que saltam para fora da terra. Esse ambiente vai funcionar como abrigo para espécies de peixes marinhos que, em visita ao rio, depositam seus ovos em local protegido do agito das marés.


“Outros animais vão aproveitar esse segmento para conseguir alimentação”, continua Arruda. É que o manguezal também funciona como um filtro da água que chega ao mar. Parte dos sedimentos e das impurezas que o rio carrega desde sua nascente fica enroscada na vegetação. No caso do Cocó, esse é um dos problemas relacionados à poluição.


Grande parte da sujeira lançada nas águas percorre o leito e se acumula na região de mangue. Os animais se alimentam dali e acabam também se contaminando pelos dejetos e afetando toda a cadeira alimentar.


Riquezas

Apesar das impurezas, na foz, o rio continua sendo frequentado pelos peixes marinhos que são carregados pelas cheias da maré. Muitos pescadores aproveitam o movimento no começo da manhã e no final da tarde para conseguir o alimento. É o caso de Edmilson Francisco da Silva, 70 anos. É no encontro do rio Cocó com o mar que o pescador aguarda os peixes. Dali, tira o cará, a manjuba e a saúna que leva pra mesa de casa.

 

Em pesquisa realizada em 2004, o professor Manuel Furtado, do Labomar, identificou a existência de 106 espécies de peixes na região do estuário (foz) do rio Cocó. Dessas, 22 eram espécies comerciais, 41 de subsistência, 4 tinham importância ecológica e outras 3 estavam ameaçadas.


Dos 17 estuários cearenses estudados durante a pesquisa, o Cocó foi o terceiro rio que apresentou o maior número de espécies de peixes, perdendo apenas para os rios Jaguaribe (129) e o Pacoti (109). “Numa conclusão bem geral, o estudo mostrou à época que, apesar dos índices de poluição, o rio continuava sustentável em termos de riquezas”, comentou Furtado. A qualidade dos peixes e da água, no entanto, não foi objeto de pesquisa. O professor afirma ainda que o rio carece de novos estudos do tipo para verificar se a situação comprovada pelo levantamento permanece. (Rômulo Costa)

 

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