Deputada que quer punir ofensas a religiões critica "ditadura do grito"
29/06/2016 | 17:01Bate-boca
Após questionamentos sobre a legalidade da lei e sua aplicabilidade, bem como acusações de que o projeto seria "ditatorial", os ânimos se acirraram e o debate acabou se transformando em bate-boca. “O povo evangélico nessa hora está muito feliz de ter alguém que tenha coragem de dar um basta na organização do grito, na ditadura do grito (...) eu sou a deputada aqui. Quem faz a lei sou eu. Ponto para mim”, disse Silvana.
“O poder emana do povo, Dra. Silvana”, rebateu Areia. “Ponto pra mim de novo”, respondeu a deputada. O ator também questionou um dos pontos da lei, que prevê que a Polícia Militar poderá interromper apresentações que violem a norma. "Isso é constitucional?". Após bate-boca, o apresentador teve que intervir, ameaçando cortar os microfones dos debatedores.
Briga na Justiça
Em 10 de junho, o Ministério Público Federal (MPF) notificou o artista Ari Areia, para que ele prestasse esclarecimentos sobre o "Histórias Compartilhadas". O documento enviado ao ator possui nove questionamentos. Entre eles, há perguntas sobre qual o enredo da peça, quem autorizou a exibição do espetáculo e se o artista possui documentos relativos à autorização da exibição do espetáculo na UFC.
Em nota, o presidente da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB, Robson Sabino, afirma que a peça, "além de exceder os limites da liberdade de expresssão", incorreu em crime por "vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso". O ator contesta a tese, afirmando que a peça jamais quis impor humilhação ou ofensa a símbolos católicos.