Nascer homem em um corpo de mulher e viver as aflições de escancarar isso à sociedade. O desafio de tratar um tema delicado como a transexualidade masculina foi tomado pelo ator cearense Ari Areia há alguns anos. A nudez, o sangue e os signos religiosos para exemplificar o sofrimento, porém, viraram alvo de discurso de ódio. A apresentação do monólogo "Histórias Compartilhadas", durante o seminário sobre sexualidade e gênero na Universidade Federal do Ceará (UFC), causou polêmica após fotos terem sido publicadas em uma página no Facebook.
"As pessoas estão acostumadas com a escola como um lugar de adestramento e crucificação dos corpos. Quando a gente vê uma subversão disso, elas entram em uma espécie de colapso", diz Ari. O espetáculo foi construído para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da graduação dele em Jornalismo, mas depois ficou em cartaz no Dragão do Mar, Sesc Emiliano Queiroz e Iracema. Na última terça-feira, 17, integrou a programação do “I Seminário: Conversas empoderadas e despudoradas sobre gênero sexualidade e subjetividades”, no bloco de Psicologia da UFC.
Quase uma semana depois, a página "Fortaleza Sem Prefeito" publicou, sem autorização, algumas imagens da apresentação e deu margem para ataques à arte, ao público LGBT e até ao Ministério da Cultura. "A peça não recebeu nenhum investimento do MinC nem da universidade, foi toda feita de uma forma independente. As pessoas têm se sentido tranquilas para emitir um discurso de ódio se valendo de argumentos religiosos. É como se tivesse eclodido o ovo da serpente, estamos diante de algo tão tenebroso que não tenho nem como mensurar", explicou o ator.
O monólogo, com direção de Eduardo Bruno, traz depoimentos reais e representa a angústia dos transexuais, que são muitas vezes vítimas de preconceito e violência. "Quando a gente usa uma imagem do Cristo não se trata um ataque à religião, a figura do Cristo é um paralelo à realidade desses homens porque o entendemos como um mártir, assassinado injustamente”, explica Ari. Em um momento da peça, o ator despeja o próprio sangue na imagem de Cristo, uma forma de aproximar o público do “peso da existência” dos ''meninos nascidos em corpos de meninas''. “É uma imagem chocante, mas é nessa proposta do soco no estômago que a gente discute a moral de algumas pessoas”, frisa ele.
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