O Mais feliz dos silêncios é criador. Ayla Andrade escolhe a madrugada para transformar os afetos cotidianos em textos. A autora estreia o primeiro livro da carreira e reúne 33 contos escritos ao longo de cinco anos. Uma flor de plástico no cabelo, o azulejo, as mulheres, a espera ou a chegada ganham cor nos textos de Ayla.
A obra publicada pela editora Substânsia será lançada nesta quinta-feira, 9, na Biblioteca Municipal Dollor Barreira, às 18h30. Na ocasião haverá leitura de textos, roda de conversa e autógrafo dos exemplares. De acordo com a escritora, o principal desafio foi reunir os contos variados e transformá-los num livro. “Não queria que fosse algo desconexo. Então quando comecei a revisitar os escritos percebi que eles falavam muito do universo feminino, das horas do dia, da luz. Cada um fazia referência a um determinado momento”, explica.
Ayla dividiu o livro em capítulos marcados por horas imprecisas. “Sendo assim, reuni de acordo com a luz que eles tinham. Alguns são da tarde, do pôr do sol; outros trazem a madrugada, por exemplo”, afirma. A autora dada à poesia explica que recorreu aos contos porque “o labor dos versos já não dava conta do que queria dizer”.
Os textos de um dia inteiro são curtos e sinestésicos. “Este livro é um trem, um ônibus, um relógio, um carro enguiçado, uma carruagem forrada de veludo negro”, escreve a escritoa cearense Natércia Pontes, autora de Copacabana Dreams (Cosac Naify, 2012). Ela assina a orelha da obra e garante: “Ayla nos guia de mãos dadas à distância, ‘sem ajuda do vento’, ao seu Mais feliz dos silêncios”.
“Eu tenho delicadamente construído palavras. As tenho esculpido na pedra dura. No peito. No ruído que segue madrugada a fora. Esta tenho sido eu”, o trecho de um dos contos descreve a nudez com a qual a autora empresta os olhos e as experiências aos textos. Para ela, o livro diz de muitas coisas: do cotidiano, dos silêncios conhecidos e desconhecidos, “mas, de todas, a melhor é esse gosto de mulher”.
Com ilustração de capa da artista Tereza Dequinta, este é o quarto livro publicado pela Editora Substânsia, e o primeiro de contos. “Ela é uma artista que vem atuando há muito tempo e já tem destaque, fez matérias e textos para jornais e nós nos indagamos porque ela ainda não tinha um livro publicado, a gente viu que era uma necessidade”, conta Talles Azigon, integrante da editora independente.
Para Ayla Andrade, a estreia de hoje tem um toque “de memória e realização”. “Vou lançar meu livro na (biblioteca) Dollor Barreira, onde há algumas décadas foi o lar de minha avó e um pensionato que recebia moças solteiras e viúvas. No lançamento, a memória do passado e do presente estarão vivíssimas naquela casa onde se guardam histórias. Escritas ou não”.
SERVIÇO
Lançamento do livro O mais feliz dos silêncios
Quando: Hoje, às 18h30minOnde: Biblioteca Municipal Dollor Barreira. (Av da Universidade 2572, Benfica).
Quanto: R$ 30 (o exemplar)
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