O governador Camilo Santana (PT) exonerou ontem o deputado federal Adail Carneiro (PP) de cargo no Estado para que ele vote contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT) no domingo. O afastamento foi confirmado após reunião entre o deputado e o governador, mas Adail ainda não garante voto pró-Dilma. Também ontem, Gorete Pereira (PR) confirmou voto contra o impedimento da presidente.
Com a volta de Adail, que ocupava assessoria especial do governo em Brasília, a expectativa é que grupo anti-impeachment ganhe novo voto – ficando com 12 adesões contra e oito a favor no Ceará. Suplente que ocupa a cadeira, Paulo Lustosa (PP) se diz indeciso, mas afirma que pode votar “com o partido”. O PP, por sua vez, fechou voto de apoio ao impeachment.
Apesar de ato publicado no Diário Oficial afastando Adail afirmar que exoneração ocorreu “a pedido”, o deputado se disse “surpreso” com o fato e não confirmou como votará no caso. “Não estou sabendo de nada. Conversei com o governador hoje (ontem) de manhã, mas ele ficou de me dar uma resposta final sobre uma coisa”, disse.
Tanto Adail quanto Camilo viajaram ontem a Brasília. Em sua passagem, o governador se reuniu com os ministros Jaques Wagner (Gabinete da Presidência) e Ricardo Berzoini (Governo) para traçar estratégias para conquistar votos pró-Dilma. O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), também acompanhou a reunião com os ministros de Dilma.
11 contra e 8 a favor
Agora, apenas Macedo (PP) e Aníbal Gomes (PMDB) seguem com voto indefinido no Estado. Em nota, Macedo disse ontem “estar se informando” sobre o processo para “tomar decisão justa e consciente no dia da votação em plenário”. Nos bastidores, se comenta que ele articula apoio de Camilo para disputa eleitoral de um aliado seu em Cascavel - na Região Metropolitana de Fortaleza.
Já a assessoria de Aníbal afirma que o deputado estará de licença médica no dia da votação, apesar de a Câmara ainda não ter oficializado uma substituição. Aliado do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), um dos maiores defensores de Dilma, a expectativa é que Aníbal se ausente da votação sob justificativa médica – o que beneficiaria o governo. (Carlos Mazza - carlosmazza@opovo.com.br)
SAIBA MAIS
Pelo menos 20 deputados federais que ocupam secretarias de Estado podem voltar à Câmara em articulação dos governadores para votação do pedido de impeachment de Dilma Rousseff neste domingo. Ao todo, podem reforçar bancadas 15 deputados a favor do pedido e outros cinco contra.
PT: Rui Costa (Bahia) mantém agenda em Brasília, tendo conquistado cinco votos do PSD baiano. Fernando Pimentel (Minas Gerais) exonerará dois secretários para votos contra o impeachment. Já Wellington Dias (PT) exonerará um secretário e a primeira-dama, Rejane Dias.
PSDB: Seis governos da sigla (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, São Paulo) aprovaram voto pelo impeachment. Geraldo Alckmin (SP) exonerou cinco secretários. Já o chefe da Casa-Civil do Paraná e um secretário do governo goiano voltarão à Câmara.
PSB: Os três governadores do partido, Paulo Câmara (Pernambuco), Ricardo Coutinho (Paraíba) e Rodrigo Rollemberg (Distrito Federal) tiveram reunião com o ex-presidente Lula em que informaram que bancada do partido votará pelo impeachment. Paulo Câmara exonerou quatro deputados para votarem pela medida.
PMDB: Dois secretários de Luiz Fernando Pezão (Rio de Janeiro) irão à Câmara para votar pelo impeachment.
Outros: Dois secretários deixarão o governo Raimundo Colombo (PSD-Santa Catarina) para votos pró-impeachment. Já Flávio Dino (PCdoB-Maranhão) tem articulado atos de juristas contra a medida.
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