Guálter George, editor- executivo de Conjuntura
Mesmo para os padrões rasteiros da política brasileira atual, o comportamento do vice-presidente da República, Michel Temer, é uma das coisas mais abjetas que a história já registrou. Em primeiro lugar, pelo que demonstra de ausência absoluta de solidariedade dele em relação a quem fez companhia nos últimos cinco anos e alguns meses no comando de um governo pelo qual apresenta algum nível de responsabilidade, nos erros e acertos. Deveria, pelo menos. Depois, pela frieza cínica com a qual assume protagonismo dentro de um processo de ruptura determinado apenas pelo oportunismo, não há nada de grande política no gesto, ao ponto de se ter como certo que Temer guia o partido para a porta de saída em meio a um acordo com a oposição pela governabilidade que coloca em perspectiva um aparente esforço, pós-impeachment, para abafar a operação Lava Jato.
É notório que as relações pessoais e políticas entre Temer e Dilma Rousseff, sua companheira de palanque em duas campanhas, nunca foram as melhores, da mesma forma que PT e PMDB sempre mantiveram um mero acordo de interesses. Nunca houve, de verdade, uma aliança partidária honesta, que envolvesse forças efetivamente interessadas em gerir um projeto comum. No entanto, a postura desassombrada do peemedebista em assumir a frente do processo de articulação pelo rompimento, sendo ele próprio o principal beneficiário, só ajuda a entender, e até compreender, a pouca confiança que sempre mereceu dos seus parceiros petistas.
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