O deputado estadual Heitor Férrer (PDT) questionou ontem os gastos com a reforma da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops). De acordo com o Diário Oficial do Estado (DOE), a licitação, com custo total de R$ 37,6 milhões previsto em edital, inclui uma série de itens que o parlamentar considera de luxo.
O pedetista citou uma porta blindada que sai por mais de R$ 16 mil, e 124 luminárias, que custam R$ 2.153 cada. Os dois produtos totalizam R$ 266 mil. “Este é o estilo Cid Gomes, de obras megalomaníacas”, atacou o deputado, durante a sessão plenária.
“Os valores destes equipamentos são de países de Primeiro Mundo. É luxo demais para um Estado pobre como o Ceará”, pontuou Heitor. “O Tribunal de Contas tem que tomar ciência e dar parecer sobre o caso”.
O deputado José Sarto (Pros), líder do Governo na Assembleia Legislativa, rebateu as críticas de Férrer. “A obra será realizada em parceria com o Ministério da Justiça, que dará R$ 50 milhões para a reforma. “Essas parcerias serão feitas apenas com as cidades-sede da Copa do Mundo”.
Sarto fez uma série de esclarecimentos sobre a obra. “Será um prédio de 7.500 m², divididos em quatro andares. Criaremos uma sala para abrigar um Data Center, recepcionando todas as informações das Polícias Militar e Civil com tecnologia de ponta. Por isso é necessário a existência desta porta blindada para proteger informações privilegiadas e vitais para a segurança do Estado”, explicou o parlamentar.
Iluminação
Sobre as luminárias, Sarto disse que o preço unitário de R$ 2.153 não se refere apenas a uma lâmpada, mas a um módulo com mais de 54 lâmpadas de LED, o que justificaria o valor de cada um.
O deputado João Jaime (DEM) afirmou que “este governo foi o que mais gastou com segurança pública e que pior gastou”. Roberto Mesquita (PV) acentuou que “existem outras prioridades” Tin Gomes (PHS) e Júlio César Filho (PTN) também saíram em defesa.
Cid comenta
Para o Governador Cid Gomes, “Heitor Férrer é pura demagogia. Gostaria que a turma do ‘não’ desse uma sugestão apenas. Eu não fui atrás de luminária, mas de um bom investimento em segurança”.
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Saiba mais
No discurso, Heitor Férrer citou a reforma do Palácio da Abolição, licitada em 2009. O projeto original do governo foi orçado em R$ 37,3 milhões. Itens como vidros espelhados na fachada, elevador panorâmico no salão principal e torneiras orçadas em R$ 41 mil causaram controvérsia.
O projeto foi criticado pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil no Ceará (IAB-CE), que elaborou parecer contrário à obra alegando que as mudanças descaracterizariam a estrutura original do Palácio, à época em processo de tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Com isso, o governo elaborou outro projeto, mais barato e com menos interferência na estrutura. A Monteplan Engenharia venceu a licitação para a reforma apresentando proposta de R$ 19,6 milhões.
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