11/01/2017

Desventura de férias no país da violência

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Francisco Emanuel Sousa Lima

emanuels.l@hotmail.com

 

O casal estava à beira-mar, quando ela decidiu que precisavam registrar aquele momento... Afinal, queriam boas histórias para contarem a quem, por ora, eram apenas planos típicos de tarde apaixonada: seus netos. Ela tirou a câmera da bolsa e, nada de selfie! Ela queria uma foto que captasse muito mais do clima que pairava no ar, ciente que câmera nenhuma seria capaz de registrar o que percorria por seus corpos e mentes. Esperaram apenas o momento de alguém cruzar o caminhos deles, enquanto decidiam o melhor ângulo para pedir o favor de ressoar o “digam x”.


Um jovem vinha com a camiseta no ombro e fumava seu cigarro como se nem mesmo avistasse o casal que, de longe, já sorria para ele a fim de pedir-lhe para tirar aquela foto que no futuro valeria muito mais que lembrança - uma relíquia. Ele dirigiu-se até o rapaz que caminhava e disse: moço, boa tarde e com licença. Sorriram reciprocamente. O moço sem deixar que ele falasse mais nada, disse: vejo que vem até a mim com uma câmera na mão enquanto tua mulher espera devidamente pronta para ser fotografada, logo suponho que me pedirá para clicar-lhes. Sim! Sem restrição alguma eu poderia fotografar vocês o quanto querem, afinal adoro fotografia e estou com a tarde inteiramente livre... Mas que não sou fotógrafo, não sou! Sou ladrão — puxou uma enorme faca e apontou para ele — e não ouse fazer gracinha senão te lasco o bucho. Beleza, Doutor?!


O casal foi vítima, mas se queriam ter o que contar a quem, por hora, eram apenas planos, conseguiram! Perderam os pertences, mas Deus realizou, à moda da casa, o desejo de ter histórias para contarem para seus netos que, na pior das hipóteses, teriam perdido seus avós naquela tarde à beira-mar, antes mesmo de se tornarem pais.

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