O que muda para o investidor agora que o Banco Central decidiu, na última semana, reduzir novamente a taxa básica de juros (Selic)? Esta é a terceira queda em cinco meses, desta vez indo de 13,75% para 13% ao ano. Se, por um lado, isso significa crédito menos caro para o consumidor, por outro sinaliza que a remuneração dos investimentos atrelados à Selic poderão não render tanto quanto nos últimos dois anos. Ainda assim, para especialistas, investir em títulos de renda fixa continua sendo uma boa opção de investimento.
“É bom que se diga que quem já estava investindo em renda fixa, com esta queda de juros, já teve um ganho de capital relevante. Quem vai entrar agora pode até não ter o mesmo rendimento de anos anteriores, mas a taxa de juros permanece alta”, afirma o economista e membro do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef - CE), Gilberto Barbosa.
O educador financeiro Samuel Magalhães lembra que como há também uma tendência de redução da inflação, a rentabilidade real pode ser equilibrada. “Se a taxa de juros bruta cai, mas a inflação também reduz, uma coisa acaba compensando a outra”.
Ele explica que o ideal, no entanto, é encontrar o produto que melhor se alinhe aos seus objetivos financeiros. Rentabilidade, liquidez e segurança são fatores a serem considerados. “Eu tenho que escolher de acordo com os meus objetivos.
Se penso em aposentadoria, o ideal é escolher um investimento no longo prazo, se guardo para alguma emergência, preciso ter mais liquidez”.
Para os conservadores, os títulos de renda fixa como Tesouro Prefixado (LTN), Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) ganham certa vantagem.
Isso porque no ato do investimento, já se sabe o quanto vai ganhar no vencimento.
Rentabilidade
“No título prefixado, o investidor garante hoje a rentabilidade contratada até o vencimento. Se durante esse período a taxa de juros cair, ele tem garantida uma rentabilidade muito melhor do que se tivesse investido em uma aplicação pós-fixada, atrelada à Selic”, explica o professor do departamento de economia da Universidade Regional do Cariri (URCA), Pedro Rebouças.
A sugestão de apostar uma parte em pré-fixados vale também para quem investe em Certificado de Depósito Bancário (CDB),, títulos de renda fixa, que servem como captação de recursos dos bancos. No Brasil, grande parte dos recursos nesta área está em papéis pós-fixados - em contratos que garantem aos investidores a remuneração de acordo com o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que é a taxa de juros cobrada entre os bancos. Mas esta taxa acompanha a variação da Selic.
Papéis atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA+ e o Tesouro IPCA com Juros Semestrais (NTN-B), também têm parte da sua remuneração prefixada e mais a garantia da reposição da inflação do período. Mas é preciso ter em vista que o indicador também está com tendência de queda, explica o professor de finanças da Fundação Escola do Comércio Álvares Penteado (Fecap), Eduardo Contani.
Saiba mais
A redução da taxa básica de juros na quinta feira da semana passada de 13,75% para 13% foi a maior em quase cinco anos. A diferença foi de 0,75 ponto percentual ou de 5,45% na mudança do índice para baixo.
A decisão surpreendeu o mercado, pois os especialistas previam corte menor.
Queda da inflação e previsões pessimistas sobre crescimento econômico influenciaram a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
Com a redução, a Selic alcançou o menor nível desde abril de 2015, quando estava em 12,75% ao ano. Até abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano, o menor nível da história. Porém, passou a ser reajustada até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015 e permaneceu inalterada até outubro de 2016.
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