Um espaço onde sempre cabe mais um. Os jovens que por lá passam se desenvolvem por meio, principalmente, da música erudita, e recebem ensinamentos gratuitos para se tornarem homens e mulheres de bem. Essa é apenas uma pequena descrição da Casa de Vovó Dedé - entidade civil sem fins lucrativos que começou, em 1963, como escola formal e se transformou, em 2002, em escola de música, após a morte do seu fundador, Francisco de Paula Barbosa, mais conhecido como Mansueto Barbosa. Apesar da mudança, a ideia inicial de valorizar o tempo livre de crianças carentes se manteve.
De lá para cá a música deu o tom que fez a casa crescer e se tornar o que hoje compõe um lugar com oficinas de cinema, fotografia, clube literário, biblioteca e tudo o que for necessário para que a vulnerabilidade social dos jovens da Barra do Ceará se converta em futuro próspero. Além dos jovens, sessenta idosos das comunidades do bairro recebem cesta básica todo mês.
E quem decidiu tocar a Casa de Vovó Dedé após a morte de Mansueto Barbosa foi sua esposa, Regina Barbosa, 72 anos. Como não tinha mais condições de manter a escola formal para as 300 crianças que atendia na época, montou a escola de música, sendo a primeira professora de piano do projeto. Para ela, a Casa de Vovó Dedé é resumida em uma frase: “é minha vida”. E apesar de ainda presente no projeto, Regina passou a batuta para o filho Wagner Barbosa, diretor-executivo da entidade.
Mas não há quem não fale o nome Regina sem destacar um sorriso de gratidão no rosto. Michelle Lucena, 23, pianista formada na entidade e na Universidade Estadual do Ceará (Uece), foi a primeira aluna de Regina e faz questão de falar do apoio que recebeu em cada tecla do piano que toca desde seus 10 anos com o apoio da professora. “Tia Regina me acompanhou desde pequena. Deu-me aula até um ano antes de entrar na Uece e hoje estou tentando mestrado na França”, conta.
O apoio que Michelle recebeu na entidade continua. Hoje ela tenta uma bolsa para estudar no Conservatoire International de Musique de Paris (Cimp). Wagner diz que mantém contato com professores e com a universidade parisiense para que o sonho de Michelle se torne realidade.
“A música educa de uma forma muito firme. Tudo que eles aprendem com a música levam para qualquer atividade que eles irão desenvolver no futuro”, destaca Wagner. Futuro esse que Karina Toledo, 22 anos, pianista, também lapidada na Casa. “Quero ir para a França ou para os Estados Unidos”, diz.
Apoio
A orquestra da Casa de Vovó Dedé ainda tem muita melodia pela frente. Hoje, 870 crianças e jovens passam pelas oficinas do projeto. Além da flauta, violoncelo, piano, violão e violino, a preocupação da entidade também está em preparar os alunos para entrar em uma faculdade. “Dependendo do que querem fazer, a Casa apoia. No caso dos que querem continuar na música, por exemplo, a gente dá treinamento específico para que eles passem nos vestibulares das universidades”, diz Wagner.
Nesse acompanhamento dos pupilos, percebeu-se que a dificuldade maior para adentrar ao ensino superior era com a redação. Portanto, a Casa de Vovó Dedé agora possui, além de aulas de inglês, uma oficina de redação.
Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object
Erro ao renderizar o portlet: Barra Sites do Grupo
Erro: <urlopen error [Errno 110] Tempo esgotado para conexão>
Copyright © 1997-2016
Jornal de Hoje | Economia