Há quase dois anos paralisadas, as obras da Linha Leste do Metrô de Fortaleza (Metrofor), iniciadas em novembro de 2013, têm causado transtornos. Moradores das imediações do Colégio Militar de Fortaleza (CMF) reclamam da insegurança do local após o abandono das atividades na obra. De acordo com eles, o local se tornou ponto de tráfico de drogas, e o número de assaltos aumentou significativamente.
“Esse lugar está impraticável, é uma tristeza ver como isso se transformou”, afirma a advogada Nádia Sales, 51. Ela frequenta o entorno desde que os filhos começaram a estudar no CMF e afirma que acompanhou as mudanças a partir do anúncio da obra. “Muitas pessoas deixaram de ir à igreja porque são idosas e fica difícil caminhar agora. As escolas, os comércios estão sendo sitiados porque não tem mais como circular”, denuncia.
A Praça da Bandeira, também conhecida como do Cristo Rei, antes utilizada pela comunidade e alunos das escolas do entorno, agora é completamente fechada por tapumes, se tornou um canteiro de obras e, segundo moradores, ponto de tráfico de drogas. “Por aqui já sabem que virou ponto de drogas. À noite, as pessoas ficam parecendo zumbis. Fora a série de assaltos”, lamenta Nádia.
Além de tapumes que cobrem a praça, houve também a interdição de parte da avenida Santos Dumont. Com isso, o tráfego de carros e ônibus, que antes se dava de forma direta pela avenida, é desviado pela rua Franklin Távora.
Moradora do bairro há mais de dez anos, a comerciante Luciene Sena, 55, conta que a travessia é perigosa. “Essa rua não suporta esse fluxo. O calçamento se desfaz o tempo inteiro, e eles não resolvem nada”, conta. Outra queixa da moradora é a sujeira no local. “Isso virou um lixão. Já encontraram uma cobra de dois metros e eu me preocupo muito com os focos do mosquito Aedes aegypti”, afirma.
Um dos vigilantes da obra afirmou que reveza com outros quatro o posto de trabalho. Ele contou que pessoas em situação de rua adentram os tapumes para tomar banho e alguns chegam a dormir.
Seinfra
Por meio de nota, a Secretaria da Infraestrutura do Estado (Seinfra) informou que a obra está paralisada desde o início de 2015 por conta da reformulação societária, após a desistência de uma das empresas do consórcio. Afirmou ainda que no último dia 17 de agosto, “o Pleno do Tribunal de Contas da União confirmou a regularidade da nova formatação do consórcio construtor da Linha Leste do Metrô de Fortaleza, composto pelas empresas Marquise e Acciona”.
Sobre as demandas da comunidade do entorno do canteiro, a Seinfra informou que iniciará, na próxima segunda-feira (12) a limpeza do canteiro de obras, que abrigará a estação do Colégio Militar (CMF) da Linha Leste do Metrô de Fortaleza. Em nota, não foi enviada nenhuma previsão de retorno das atividades nem prejuízos orçamentários em relação ao atraso. Também não foi informada nova data para conclusão.
A moradora Luciene Sena lembra que, antes de ser interditada, a região era pacata e as vendas eram melhores. “É muito desrespeito começar uma obra como essa e não terminar. Eu me sinto triste e indignada. Essa praça era do povo. Não é mais”.
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