Cinco cartuchos de emulsão explosiva apreendidos pela Polícia Militar, no bairro Cristo Redentor, na noite da última quinta-feira, 21, seriam utilizados para explodir a muralha de uma das penitenciárias da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Foi o que as investigações realizadas pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) revelaram. O material estava com um casal, que acabou preso também por porte ilegal de arma de fogo e drogas.
De início, uma das linhas de investigação da Polícia Civil apontava que o material poderia ser usado em mais uma ação de ataque contra as forças de Segurança do Estado. “Acho muito difícil. As investigações apontam para esse estouro de muralha para fuga de presos. Até porque o suspeito tinha fugido há pouco tempo do presídio”, disse o secretário-adjunto da SSPDS, coronel Lauro Prado. Ele não informou, contudo, que unidade seria atacada.
O material estava em um Chevrolet Corsa, de cor cinza, abordado pela PM na avenida Doutor Theberge. O carro era dirigido por Carlos Robson de Oliveira Freitas, de 25 anos, que havia fugido da Unidade Prisional Adalberto Barros de Oliveira Leal, conhecida como Carrapicho, em Caucaia (RMF), na última segunda-feira, 18. A SSPDS informou que Carlos responde a nove inquéritos, sendo três por porte ilegal de armas, quatro por roubo, um por tráfico de drogas e um homicídio.
Uma mulher que estava no veículo, identificada como Maria Auricélia Chaves de Menezes Silva, 36, que não possuía antecedentes criminais, também foi presa. Dentro do carro foram apreendidos ainda três metros de cordel detonante, uma pistola calibre 38, um carregador de pistola e 12 munições intactas. No banco traseiro, também foram localizados 15 gramas de cocaína, 22 gramas de crack e uma balança de precisão.
Maria Auricélia informou que o automóvel era de propriedade de um primo dela e que não sabia que o material estava no automóvel. Já Carlos Robson confessou que a arma de fogo era de sua propriedade. Disse que a utilizava para se proteger. Os dois foram conduzidos para o 7º Distrito Policial, no Pirambu, onde foram autuados em flagrante. O caso será transferido para a Delegacia de Roubos e Furtos (DRF).
Poder de destruição
Um especialista em explosivos ouvido pelo O POVO, que pediu para não ser identificado, informou que o material explosivo tem aproximadamente 1,5 kg, o que seria suficiente para abrir um buraco numa muralha, desde que um furo fosse feito na parede para acondicionar os invólucros. “Se fosse preparada da maneira correta, não seria suficiente para uma destruição substancial, dependendo do material de que é feito a muralha, mas seria o bastante para abrir um buraco”, analisou.
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