SSPDS 19/07/2016

Crise no sistema prisional eleva número de homicídios no Ceará

No último fim de semana, foram registrados 39 homicídios no Ceará, enquanto, no anterior, a SSPDS contabilizou 21. Em entrevista ao O POVO, secretário Delci Teixeira atribui aumento à crise no sistema prisional
notícia 10 comentários
DictSql({'grupo': 'Especial para O POVO', 'id_autor': 16431, 'email': 'thiagopaiva@opovo.com.br', 'nome': 'Thiago Paiva '})
Thiago Paiva thiagopaiva@opovo.com.br
AURÉLIO ALVES/ESPECIAL PARA O POVO
Para Delci Teixeira, o atual ciclo de atentados é o mais grave desde as ações ocorridas em novembro de 2015

O número de homicídios registrados no Ceará no último fim de semana cresceu 86% com relação ao mesmo período da semana anterior. Entre a sexta-feira, 15, e o domingo, 17, os assassinatos saltaram de 21 para 39 casos. Em Fortaleza, a média registrada este ano, que era dois homicídios por dia, subiu para sete. Roubos e furtos também tiveram crescimento, mas os dados não foram detalhados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

O crescimento nas ocorrências é mais um reflexo das fugas e dos 21 ataques e atentados ocorridos no Estado, desde quarta-feira da semana passada, 13, quando prédios públicos, ônibus, viaturas e agentes da segurança se tornaram alvo de criminosos no Estado. É o que afirma o titular da SSPDS, Delci Teixeira, que concedeu entrevista ao O POVO na manhã de ontem.


Segundo Delci, as ações foram ordenadas de dentro das penitenciárias, sobretudo da Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto (CPPL) I, em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), onde foram apreendidos cerca de 450 celulares, no último dia 12. Ele considera que as ações são retaliação à redução do poder de comunicação dos detentos, visto que o entorno do presídio está ocupado por tropas especiais da Polícia Militar, o que inviabiliza a chegada de novos equipamentos
aos presos.


“Com a presença da Polícia, a coisa fica mais difícil. Eles não querem a Polícia dentro do presídio. Mas estamos lá e vamos permanecer até que o sistema prisional volte a normalidade”, assegurou. Já o aumento dos homicídios, para ele, está diretamente ligado às fugas registradas. “É possível que essas pessoas que estão foragidas estejam procurando alguma vingança contra os seus desafetos”.


Novas ações e retaliação

Segundo a SSPDS, entre a noite do último domingo e a madrugada de ontem, cinco ataques a ônibus foram registrados na Capital e em Pacajus. Não houve novas ocorrências de ataques a policiais. Delci disse considerar o atual ciclo de atentados o mais grave do Estado desde as ações ocorridas em novembro de 2015, quando órgãos de Segurança também foram atacados. “Desta vez, realmente, o alvo é o nosso pessoal”, reconheceu.

 

A situação preocupa a SSPDS, já que três policiais já foram baleados em ataques audaciosos. O temor é sobre como as tropas reagirão em caso de novos atentados. Existe o risco de que justiçamentos, semelhantes à Chacina da Grande Messejana — que a investigação aponta ter sido praticada por policiais, em novembro de 2015 —, voltem a ocorrer. Para Delci, o período eleitoral também contribui para reações desastrosas.


“Os comandos têm orientado as tropas. Mas existem pessoas que são influenciáveis e estamos num momento político. E, para algumas pessoas, quanto pior, melhor. E tem gente insuflando esse tipo de ação. Agora, o Governo tem tomado um cuidado muito grande, orientando os comandos ao diálogo. Não queremos uma nova chacina. Temos que agir dentro da lei! Podemos ser duros, mas dentro da lei”, defendeu, ao justificar que isso não significa que a Polícia ficará “acuada”. (colaborou Érico Firmo)

 

Números

 

39

homicídios foram registrados pela SSPDS somente no último fim de semana

 

Linha  do tempo


13/7. O 23º DP, em Caucaia, (Região Metropolitana de Fortaleza) é alvejado por disparos de arma de fogo.

 

14/7. Fachada da GMF, no Rodolfo Teófilo, é alvo de tiros. No 27º DP, no João XXIII, dois carros são incendiados. Em Sobral (Região Norte), Delegacia da Defesa da Mulher é alvejada.

Ônibus é incendiado em Itaitinga.

 

15/7. Sargento Mardones Costa e subtenente Aldemir Paula Silva são baleados no bairro Antônio Bezerra.

 

16/7. 3º DP, no Otávio Bonfim, é alvejado e, em seguida, 11 presos fogem.


Ônibus é incendiado no Jardim Iracema. Criminosos atiram contra a recepção da GMF e ateiam fogo na lateral do prédio. Ônibus é incendiado no Parque Iracema. Soldado Francisco Claudemir é baleado no Antônio Bezerra. Delegacia de Pacajus (RMF) é alvejada com oito tiros. Fachada do Hospital Regional de Sobral (Região Norte) é alvejada.

 

17/7. Viatura é alvejada no bairro Panamericano, em Fortaleza. Delegacia é atacada no bairro Vila Velha. Carro do Corpo de Bombeiros é atacado.


18/7. Ônibus é parcialmente incendiado no bairro Barra do Ceará. Ônibus é parcialmente incendiado na avenida Dioguinho, na Praia do Futuro. Ônibus é totalmente incendiado no bairro Ancuri.

Dois ônibus são incendiados em Pacajus (RMF).

 

O POVO online


Confira vídeo com o secretário Delci Teixeira: www.opovo.com.br/videos

espaço do leitor
Dodacrato 22/07/2016 11:43
O governo de Camilo está sendo corajoso em enfrentar um problema de tamanha proporção. Covarde foram os Ferreira Gomes que deixaram a bandidagem tomar conta do Estado quanto gastava o dinheiro público em viaturas de luxo e equipamentos inúteis ao invés de aumentar o efetivo e remunerar melhor os policiais. O governo do Camilo e as Polícias eram limpar a sujeira que se encontra hoje no Ceará.
IRONMANIACO! 19/07/2016 19:22
RECADO DO CRIME À SOCIEDADE: "ESTAMOS MATANDO SEUS UNICOS GUARDIÕES,ENTÃO PODEMOS FAZER O QUÊ QUISER COM VOCÊS!" CHEGAMOS NO MOMENTO CRUCIAL ONDE A POPULAÇÃO TEM QUE QUE ESCOLHER DE QUÊ LADO QUER FICAR E COMO QUER SUAS POLÍCIAS!!!
Luis Carvalho 19/07/2016 13:58
...ceifam vidas,famílias deixando órfãos parte ou todo.Famílias,inclusive de policiais que diuturnamente lutam e enfrentam criminosos cada vez mais ousados e destemidos pois,a eles,viver ou morrer,tanto faz.Os Governos apoiam e reagem na tentativa de barrar essa guerra civil não declarada.Esse caos,insegurança mas,esbarram em Leis ultrapassadas,arcaicas onde os "direitos"dos bandidos suplantam a ordem social.
Luis Carvalho 19/07/2016 13:47
O Brasil,o Ceará,de há muito está refém da criminalidade.Nas décadas de 70,80 e até 90 do século passado,as Polícias,principalmente as Militares,com suas Formações específicas baseadas na Doutrina,Hierarquia e Disciplina com a Farda,impunha a ordem,o cumprimento as Leis.Não ouviam-se nas mídias,conflitos,combates e afrontas desses meliantes de extrema periculosidade em que até envolvem e recrutam crianças e adolescentes.Meninos e meninas.Sem nenhuma sensibilidade,remorso ou pena,aviltam...
JUCIVALDO SOARES 19/07/2016 13:38
Como assim "Existe o risco de que justiçamentos voltem a ocorrer"? Por acaso a chacina praticada na Grande Messejana foi algum tipo de justiçamento? O que ocorreu ali foi um massacra cruel e covarde praticado por bandidos armados, legitimados pelo Estado para matar. Essa palavra "justiçamento" poderia até ter sido usada, desde que viesse pelo menos entre aspas. Dica a fica para o jornalista.
Ver mais comentários
10
Comentários
500
As informações são de responsabilidade do autor:
  • Em Breve

    Ofertas incríveis para você

    Aguarde

Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje

Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object

ACOMPANHE O POVO NAS REDES SOCIAIS

Erro ao renderizar o portlet: Barra Sites do Grupo

Erro: <urlopen error [Errno 110] Tempo esgotado para conexão>

Jornal de Hoje | Página Cotidiano