Escola 15/06/2016

Pais que denunciam estupro dizem que houve negligência

Segundo a mãe da criança, na ocasião do estupro, o menino teria informado o fato à direção da escola, mas foi ignorado e mandado para casa. Dececa investiga se houve omissão
notícia 3 comentários
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Thiago Paiva thiagopaiva@opovo.com.br

Os pais que denunciam que o filho de nove anos foi vítima de um estupro coletivo, praticado por cinco alunos da Escola Municipal Gabriel Cavalcante, no bairro Presidente Kennedy, afirmam que irão processar a direção da instituição por negligência. Eles justificam que, na ocasião do estupro, que teria ocorrido na tarde do último dia 6, dentro da escola, o menino contou para a direção o que aconteceu, mas foi ignorado e mandado sozinho para casa.

 

“Eles foram irresponsáveis. Não deram atenção ao meu filho. E o que eu puder fazer para reaver a maldade que eles deixaram fazer com ele, eu farei. Vou atrás e lutar por isso na Justiça”, disse a mãe do menino, que tem 39 anos. Segundo ela, o menino tem déficit de atenção, é hiperativo e faz uso de duas medicações controladas.


Aluno da escola há três anos, a família afirma que ele já havia sido agredido outras vezes. No último dia 10 de maio, a criança teria sido espancada por quatro colegas. Alguns, inclusive, também teriam participado do estupro. As agressões resultaram em lesões nas costelas da vítima, que teve de passar
por tratamento.


Na época, um Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado e a direção da escola, segundo a mãe, teria se comprometido a tomar providências.


“Ele passou por exames, fez raio-X e ficou tomando medicação em casa, por conta dos machucados. Enquanto isso, os agressores continuaram no colégio. Nada foi feito”, reclama. A mulher conversou com

O POVO, na manhã de ontem, após prestar depoimento na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), que investiga a denúncia.


O pai do garoto, de 33 anos, também depôs na unidade. Em seguida, eles foram até a Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa), que irá apurar se houve negligência por parte dos funcionários da escola.


Também na delegacia, o garoto foi atendido por uma psicóloga. “Isso está mexendo com a cabecinha dele. Ele diz que está escutando vozes dizendo que os meninos vão pegar ele de novo. E a atitude que ele teve, na nova escola pra onde transferimos, foi contar tudo que aconteceu aos coleguinhas, tamanha a inocência dele”, disse a mãe.


Sindicância

O POVO tentou ouvir a direção da escola. Entretanto, os funcionários orientaram que a Secretaria Municipal da Educação (SME) fosse procurada. Por meio de nota, a pasta informou que já foi aberta uma “sindicância para apurar o caso, e a denúncia está sob o cuidado e o acompanhamento do Conselho Tutelar”. A SME informou ainda que “o sigilo das informações será resguardado, conforme determina a legislação aplicável à criança e ao adolescente”, motivo pelo qual O POVO também preserva a identificação da vítima.

 

A escola e a família do menino estão sendo acompanhados pela Célula de Mediação Social da secretaria, de acordo com a SME.

 

ISSO ESTÁ MEXENDO COM A CABECINHA DELE. ELE DIZ QUE ESTÁ ESCUTANDO VOZES DIZENDO QUE OS MENINOS VÃO PEGAR ELE DE NOVO”.

 

Saiba mais

 

De acordo com o inspetor Jailton Rodrigues, da DCA, os laudos periciais que atestarão se houve ou não estupro de vulnerável estão sendo feitos na Coordenadoria de Medicina Legal (Comel) e ainda não foram recebidos.

 

Entretanto, segundo a mãe da criança, durante o exame, de forma informal, o médico responsável afirmou que o garoto havia sido, de fato, violentado. “Depois do exame, o médico olhou e perguntou: é um colégio ou um reformatório? Esses meninos deveriam ser expulsos”, contou, ao detalhar que as roupas do menino apresentavam manchas de sangue.

 

O garoto teria sido violentado por crianças com idades entre 9 e 11 anos. A suposta participação de um adolescente de 13 anos na ação também é investigada. “Primeiramente, eu espero a justiça de Deus. Até porque foram crianças. Mas se hoje não for tomada nenhuma atitude, nenhuma providência, esses meninos vão ser o que futuramente?”, lamentou a mãe da vítima.

espaço do leitor
Celia Lima 15/06/2016 09:44
Omissão com crianças é CRIME, seja dos pais e seja da escola! Esse silêncio da sec. de educação do município revela mais sobre a (in)competencia dos gestores do que qualquer tentativa de solução do problema. Nunca imaginávamos Fortaleza com estupro coletivo de crianças com criança. ISSO É UM ABSURDO!
Ademir Oliveira Silva 15/06/2016 08:27
Existem centenas de crianças com limitações especiais matriculadas nas escolas públicas do nosso município, que diariamente são humilhadas, agredidas fisicamente, rejeitadas, bem diante dos olhos dos educadores. Antes de matemática e gramática, a criança precisa aprender respeitar o próximo, independente das suas diferenças. Basta de bullying.
Ademir Oliveira Silva 15/06/2016 08:23
Parabéns ao OPOVO e em especial, o jornalista Thiago Paiva pela matéria denunciativo. Esse caso abominável não poderia ser esquecido, abafado, grilado em razão de uma campanha eleitoral. A secretaria de educação do município não pode permitir e compactuar com a impunidade, a negligência, o bullying. Todos os envolvidos neste revoltante crime devem ser punidos, os autores e os monitores que menosprezaram o sofrimento desta criança.
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