O trabalho começou cedo. Embaixo da cruz da Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, 200 jovens se reuniram ao redor da Lagoa do Papicu, com luvas de borrachas e sacos plásticos nas mãos. O propósito era um só: recolher o monturo deixado na beira do manancial. No fim da manhã, o grupo havia retirado quase meia tonelada de lixo: 450 quilos, dos quais quase metade era reciclável. O material foi levado para recicladoras parceiras do Shopping RioMar, responsável pelo projeto de limpeza.
É a terceira ação do tipo no entorno da lagoa, que ocorre um vez por ano desde 2014. Entre os jovens, estavam alunos de escolas públicas, dos cursos do Instituto João Carlos Paes Mendonça de Compromisso Social (IJCPM — vinculado ao centro comercial) e moradores de, pelo menos, cinco comunidades (Pau Fininho, Vicente Pinzon, Praia do Futuro, Cidade 2000 e Mucuripe).
Com a mata fechada, os jovens entravam em fila para catar o lixo. Garrafas plásticas, latas, papéis e embalagens eram os principais materiais encontrados. Mas havia também restos de móveis e até um sofá. Um barco do Batalhão da Polícia Militar Ambiental ajudou a recolher o lixo. Mesmo com a manhã de trabalho, não foi possível retirar toda a sujeira do local.
Ackson Dantas, coordenador da área de empregabilidade do IJCPM, destaca que a ação ocorre na Semana Nacional do Meio Ambiente e que os jovens se tornam multiplicadores. “Falta consciência das pessoas por rebolar isso no mato. Como se a lagoa, por ser um espaço fora de casa, não fizesse parte da nossa vida”, atesta Lucas Pamplona, 21, aluno de um curso de pré-vestibular e morador da comunidade no Mucuripe. (Angélica Feitosa)
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