Não é verdade que Antônio Jussivan Alves do Santos, o Alemão, fugiu da Unidade Prisional Agente Luciano Andrade Lima (CPPL 1) durante as últimas rebeliões (21/5) ocorridas em algumas penitenciárias do Ceará. O assaltante, condenado por ser um dos líderes do furto milionário ao Banco Central (BC) em Fortaleza, disse ao O POVO, por intermédio da advogada Erbenia Rodrigues, que correu risco de ser executado durante o levante que resultou com a morte de 18 detentos e a fuga de outros 49 (sendo 25 que foram recapturados).

De acordo com a advogada, Alemão afirmou que não tem interesse em fugir já que está há quase nove anos cumprindo pena. Para Erbenia Rodrigues, não haveria vantagem para Antônio Jussivan responder por mais um crime e prejudicar uma possível progressão para o regime semiaberto dentro de mais alguns anos.

Alemão havia sido transferido do Instituto Penal Francisco Hélio Viana de Araújo, em Pacatuba, para a CPPL 1 no dia 19 do mês passado. Um dia antes de estourarem as rebeliões em parte do sistema penitenciário do Ceará.

O preso, de acordo com a advogada Erbenia Rodrigues, foi tirado de um presídio para outro sem motivo descrito em documento e sem autorização do juiz Luiz Bessa Neto, da 1ª Vara de Execuções Penais de Fortaleza. “Não houve ordem escrita. Pelo menos não há na CPPL 1 onde pedi que o diretor do presídio me desse uma cópia da transferência”, denunciou.

Na última quinta-feira, 2, a advogada pediu ao juiz Luiz Bessa Neto que fosse instaurado um procedimento para saber quem autorizou a transferência de Alemão para a CPPL 1. “Principalmente, diante dos problemas de insegurança e a falta de vagas enfrentada pela unidade prisional. Não havia motivo plausível para a remoção e o Estado assumiu a responsabilidade de colocar a vida dele em risco”, observou Erbenia Rodrigues.

De acordo com a advogada, durante a rebelião que destruiu parte das acomodações da CPPL 1, Antônio Jussivan escapou de um incêndio após ser socorrido por outros presos que tentavam fugir da confusão.

A defensora particular também solicitou que Alemão fosse ouvido sobre o que se passou na casa de detenção. E que o magistrado autorizasse o retorno do assaltante do Banco Central para a penitenciária de Pacatuba.

“Lá é local adequado para que Jussivan possa continuar cumprindo a pena e tenha direito ao trabalho para fins de remissão de pena”, afirma Erbenia Rodrigues.

Medida de segurança

Hélio Leitão informou que “investigações preliminares apontaram que se tratava de um túnel, possivelmente, para facilitar a fuga de Alemão”. A transferência ocorreu “por medidas de segurança e obedecendo a todos os requisitos legais”.