Agentes 26/05/2016

Em vídeo, presidente de sindicato exalta "tumulto" em presídios

Sindicato nega que Valdemiro Barbosa estivesse comemorando rebeliões em vídeo. CNJ investigará a crise no sistema prisional cearense. Força Nacional de Segurança deve chegar hoje para atuar em presídios
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REPRODUÇÃO
No vídeo, Valdemiro Batista parabeniza agentes pelo movimento

Em vídeo de 58 segundos que circula nas redes sociais, o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Ceará (Sindasp-CE), Valdemiro Barbosa, exalta os tumultos nas cadeias do Estado durante a greve da categoria. Valdemiro ainda determinou à categoria que familiares de presos fossem impedidos de visitar os parentes. A determinação do líder sindical foi gravada sábado, 21, dia de início da greve que desencadeou rebeliões em pelo menos seis presídios da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e acabou com 18 presos mortos.

A crise nos presídios cearenses criou mobilização em instâncias nacionais. Devem chegar hoje ao Estado os agentes da Força Nacional de Segurança solicitados pelo Governo à União. Já na manhã de ontem, o ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), determinou investigação sobre a crise do sistema prisional cearense e as ações tomadas pelo Estado.

E, em Itaitinga, um dos municípios que registraram rebeliões, a situação dos presídios continua repercutindo. Ontem, por causa de fuga de unidade, escolas fecharam.

Vídeo

No vídeo divulgado online, Valdemiro “parabeniza” os grevistas “pelo grande movimento” que está se desenrolando. “Dezenas de cadeias públicas paralisadas no Estado. Toda Região Metropolitana paralisada, tumulto em todas as cadeias de pequeno e grande porte do interior do Estado”, afirmou. Na mensagem, ele pede: “vamos impedir a entrada das visitantes”. E continua: “porque, só assim, o Governo do Estado atenderá nossas reivindicações”.

No sábado, o secretário da Justiça e Cidadania, Hélio Leitão, responsabilizou os agentes em greve pela situação caótica nos presídios. Valdemiro respondeu ao secretário na segunda e, diferentemente do dito no vídeo, acusou a Polícia Militar de proibir a entrada das visitas nos presídios. Em um vídeo divulgado pela TV Verdes Mares ontem, Valdemiro reafirma: “Quem impediu a entrada das visitantes foi o Batalhão de Choque. Eles colocaram o Batalhão de Choque nos acessos dos complexos e dentro das penitenciárias e as visitantes chegaram e foram impedidas por ele (BPChoque)”.

Em entrevista ao O POVO na terça-feira, 24, o presidente do Sindasp-CE disse considerar as visitas uma “regalia” concedida aos presos.

O POVO tentou entrar em contato com Valdemiro ontem, mas foi informado de que ele estava viajando. Ninon Tauchmann, advogada do sindicato, negou que o presidente estivesse comemorando as rebeliões no vídeo. “Ninguém vai comemorar uma situação daquela. Ele (Valdemiro) é uma pessoa séria”, defendeu. Ela ainda ressaltou que a greve atendeu aos princípios de legalidade.

Presídios

No intervalo de menos de 20 horas em que parte das atividades carcerárias ficou suspensa, os presos conseguiram destruir celas, assumir controle de pavilhões e incendiar colchões. Alguns detentos aproveitaram para “acertar as contas” com outros internos. Dezoito foram mortos.

Multimídia
Veja o vídeo gravado pelo presidente do sindicato dos agentes:
http://bit.ly/pressindicato  

Saiba mais

A Ordem dos Advogados do Brasil - Ceará (OAB-CE) divulgou nota ontem em que lamenta a situação dos presídios. No texto, é informado que a OAB “reuniu-se com o Governo do Estado, Secretaria da Justiça e Cidadania, Secretaria da Segurança Pública, Tribunal de Justiça, Ministério Público e Defensoria Pública, a fim de debater soluções para o caso”.

“Na ocasião, foi acertada a criação de um cronograma para a recuperação imediata dos presídios, uma vez que existe carência de melhor infraestrutura”.

A Pastoral Carcerária também se manifestou sobre a crise. Em nota, diz que “a situação gravíssima no sistema carcerário cearense não é surpresa” para os órgãos que atuam na área. A greve dos agentes, escreve a entidade, foi o estopim da crise. Os fatos do fim de semana são resultado, entre outros pontos, de falta de investimentos e do desrespeito às leis, diz. 

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