Amanhã, as esposas dos detentos — que estão nos seis presídios onde ocorreram rebeliões no último fim de semana — poderão levar o “malote” e colchões para os companheiros. As visitas, no entanto, ainda não serão retomadas. O acordo foi feito no fim da tarde de ontem entre uma comissão de mulheres e Sandro Camilo, secretário-adjunto da Secretaria da Justiça do Ceará (Sejus).
“Malote”, segundo Claudiana Araújo, 28, são mantimentos e material de higiene levados, uma vez por mês, pelas famílias dos presidiários. Com as rebeliões, os presos não receberam a comida porque a visita foi suspensa.
O esposo de Claudiana Araújo está preso há dois anos na Unidade Prisional Desembargador Adalberto de Oliveira Barros Leal (o Presídio Carrapicho), em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. Preso por tráfico de drogas, ela reclamava que não tinha notícias do marido desde a manhã de ontem.
Ela e pelo menos 30 esposas de presidiários atingidos pela onda de rebeliões fizeram um protesto em frente à sede da Sejus, por volta das 17 horas. Chegaram a bloquear o trânsito na esquina das ruas Ildefonso Albano e Tenente Benévolo.
Para conter os ânimos, Sandro Camilo aceitou receber um grupo delas. Informações sobre a situação dos maridos, filhos e parentes e o retorno da visita semanal eram as principais reivindicações.
Depois de aproximadamente uma hora e meia de conversa, acompanhada por integrantes da Pastoral Carcerária e alguns representantes de entidades de direitos humanos, foi pedido paciência às famílias. Como ainda há tensão, risco de novos focos de revolta e muita destruição nas penitenciárias, a Sejus levará um tempo para restabelecer a “normalidade”.
Cleidiane Pereira, esposa de um detento da Unidade Prisional Agente Luciano Andrade Lima (CPPL I), em Itaitinga, também na Região Metropolitana, reclamou da “falta de diálogo”. O silêncio e a incerteza sobre o que aconteceu e o que vai acontecer têm gerado mais tensão em quem acompanha o episódio de fora das penitenciárias. “Vamos nos juntar para pedir que conversem com a gente. Ou então, vamos protestar mais”, disse Cleidiane. (Demitri Túlio)
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