Itaitinga 23/05/2016

Familiares assumem controle de acesso a penitenciárias

Marcas da destruição e cheiro de fumaça estavam presentes ontem na entrada do complexo de Itaitinga. Na manhã de ontem, os próprios familiares dos presos assumiram o controle do portão de acesso, na falta de agentes
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Igor Cavalcante victorigor@opovo.com.br
FOTO MAURI MELO


Local de alguns dos distúrbios mais violentos durante as rebeliões de sábado, o Complexo Penitenciário Estadual de Itaitinga II guardava ontem as marcas da destruição da véspera. À espera de alguma notícia e na esperança de visitas serem liberadas, eram as mães e mulheres de detentos que controlavam a entrada e saída de veículos na manhã de ontem. Na noite de ontem, os agentes penitenciários, que fizeram 17 horas de greve no sábado, já haviam reassumido as funções.


No portão de entrada, era possível sentir cheiro de queimado dos protestos no sábado, 21. Na guarita, onde agentes normalmente controlam o acesso, móveis foram derrubados e vidros das janelas estilhaçados. Pedras estavam jogadas pelo chão. De acordo com familiares, foi resposta às tentativas da Polícia de conter a manifestação de familiares no sábado, inconformados com a suspensão das visitas.


Restos de comida levada por parentes de detentos na véspera foram deixados no chão. Pessoas que passavam perto do portão acabavam pisando nos alimentos e espalhando a sujeira.


As mulheres que regulavam a entrada e saída de veículos informaram ter feito “acordo” com a Polícia para cuidar do portão, diante da situação excepcional. A entrada comum dá acesso às três casas de privação provisória de liberdade compõem o Complexo, em Itaitinga. Na Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL) 3, ocorreram duas mortes no sábado, 21, durante rebelião.


A Secretaria da Justiça e Cidadania negou, por meio da assessoria de imprensa, que familiares controlassem a entrada do local. Mas, O POVO constatou situação diferente.


Enquanto a equipe do O POVO esteve lá, na manhã de ontem, o grupo de mulheres que controlava os portões só permitiu a entrada do Batalhão de Polícia de Choque. A entrada das equipes de reportagem do O POVO e da TV Diário não foi permitida por elas. Explicaram ter medo de represália contra os detentos. E informaram que, pelo acordo com a Polícia, permitiriam a entrada apenas de pessoas autorizadas.


Apreensão

Do lado de fora, havia cerca de 50 pessoas à espera de notícias. Algumas mães choravam, apreensivas com a falta de informações sobre os filhos. Outras tentavam consolá-las. Ao longo da manhã, mais pessoas chegavam carregando sacolas com alimentos na esperança de conseguir falar com os presos.

A falta de notícias era a principal angústia. A mãe de um dos detentos, que preferiu não se identificar, disse estar desde sábado a espera de informações. “Não chega ninguém para falar com a gente. Não sabemos quais morreram e quais estão vivos”.


PRESÍDIOS


Familiares à espera de notícias


1) Mães e mulheres de detentos controlavam o acesso ao Complexo Penitenciário de Itaitinga na manhã de ontem. 2) Na guarita onde normalmente agentes penitenciários controlam o acesso, marcas da destruição na véspera, com móveis destruídos, janelas quebradas e móveis pelo chão.
3) Familiares dos detentos se queixavam da falta de informações sobre a situação no interior das casas de privação de liberdade, em Itaitinga. 4) Mato queimado era resquício de protesto de familiares no sábado, contra suspensão de visitas. Ainda era possível sentir o cheiro de fumaça no ambiente.
5) O movimento era intenso do Batalhão de Choque.
6) O POVO também esteve na Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo, em Pacatuba. Clima era tranquilo na manhã de ontem e visitas ocorriam normalmente.

 

> TAGS: rebeliões
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